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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?!








Vejam só vocês que coisa: ontem enquanto ouvia a gravação da 12ª reunião da CPI do HSBC aconteciam a 15ª reunião da CPI do CARF e a 7ª reunião da CPI do futebol... Fiquei em dúvidas sobre qual iria ouvir  primeiro: decidir ouvir a do Futebol, pois apesar do CI do CARF ser mais importante, os convidados lá só ficam calados... E no futebol tem a participação do autor o livro "A privataria tucana", então fiquei bastante curioso com o testemunho dele....  Quem leu o post de ontem (Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção. (SwissLeaks)) lembram que fiz uma crítica ao Senador Ciro Nogueira (PP/PI) que tentou desclassificar o testemunho e as provas de Hervé Falciani para tentar impedir as investigações das pessoas físicas e jurídicas que escondem seu dinheiro (lícito ou não) nos paraísos fiscais...
Pois bem...
Enquanto estava criticando-o pela sua participação na terça-feira ele estava aqui na CPI do futebol e, ouvindo todas as acusações de lavagem de dinheiro feita pelos jornalistas me veio com essa proposta (quase uma pérola): 

" Sr. Presidente. O senhor há de convir que esta CPI tem de ter um foco. Se nós formos aqui tratar de lavagem de dinheiro, de internação de dinheiro, aqui nós não vamos produzir nada. Nós não temos capacidade nem tempo hábil para... Acho que outras CPIs podem tratar desse assunto e de outras discussões. "

Ora nobre senador!... Eu não gosto de pegar no pé de ninguém... mas me ajuda aí!!
A CPI o HSBC é para investigar lavagem de dinheiro.... lá a testemunha não serve para investigar então você sugere que se pare a investigação.... Aqui também não é para investigar lavagem de dinheiro apesar das denúncias e contratos que indicam fortemente a lavagem de dinheiro... Mas também não é para investigarmos.. vamos deixar para lá!....

E ainda completa:  
... "o que mais me preocupa hoje aqui? É a Olimpíada que vai acontecer e que os erros não aconteçam. Nós temos de usar a Copa do Mundo e saber dos erros"
... " Então, o que mais me preocupa é deixar um legado a ter que sair aí atirando para várias direções e não vamos produzir nada que possa valorizar o futebol brasileiro."



A minha interpretação da sua fala é a seguinte: Vamos esquecer o passado.... deixa para lá! Vamos ter foco! Focar no futuro! o que já foi pago já foi... Deixa aqueles que aprontaram no passado para lá...

E para confirmar que eu não gosto de pegar no pé de ninguém, vou dar voz a VªSenhoria, numa entrevista no final do ano passado, quando saiu a lista de Janot:


(E só lembrando o que postei ontem, ele é o mesmo que o Juca Kfouri falou que tem experiência em avacalhar CPIs, veja aqui: Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão! )
Quer saber?! Acho que ninguém vai te dar ouvidos, então eu também não vou...

Vamos para o que aconteceu na seção:

Dos pedidos que fiz no Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...

O Azenha tocou no assunto de direitos de transmissão e a má distribuição entre os participantes do campeonato, deu a sugestão do que aconteceu na Argentina.

O Leandro Cipoloni contou toda a história do amistoso Brasil 6x2 Portugal. o Caso Ailanto:

CASO AILANTO

25/08/2008: Vanessa Precht se torna sócia da Ailanto, junto com Sandro Rosell

17/09/2008: governo do DF notifica a Federação Brasiliense de Futebol que a Bônus Sports Marketing ficaria responsável pelo jogo. ISE avisa que transferiu os direitos para a Bônus. Bônus informa que cede todos os direitos de organização para a Ailanto. No mês seguinte, Ailanto manda planilha de R$ 9 milhões para o governo do DF

10/11/2008: Após pressão do Ministério Público, secretário de Esportes pede documentos e comprovações legais para a Ailanto

11/11/2008: Vanessa cria a VSV Agropecuária

11/11/2008: Vanessa Precht envia ofício para secretário de Esporte do DF com justificativa sobre os custos

12/11/2008: A Bonus, de Rosell, emite de Barcelona uma “carta de capacidade técnica” em favor da Ailanto. A carta é assinada pela esposa de Rosell. De acordo com o documento, um dos trabalhos executados pela Ailanto foi a organização de um mundial de esqui em 1996 – 12 anos antes da criação da empresa

12/11/2008: assinado contrato entre Arruda e Vanessa

14/11/2008: Ailanto emite a primeira nota fiscal, no valor de R$ 4,5 milhões. Pagamento é lançado no sistema do governo estadual no mesmo dia.

19/11/2008: amistoso Brasil x Portugal


01/03/2009: VSV Agropecuária arrenda terras de Ricardo Teixeira em Piraí, por 60 pagamentos mensais de R$ 10 mil


E o Amaury Ribeiro Jr. deu seu showzinho a parte!...
ele é uma metralhadora...
 tem o raciocínio muito rápido e quem não está por dentro dos fatos fica difícil de acompanha-lo...
De um assunto, ele entra em outro, relaciona com outro... provando assim que É tudo um assunto só!

Ele começou falando do caso do processo da Globo que sumiu do Ministério Público, caso que está aqui, o segundo vídeo do Post Meias verdades (Democratização da mídia) , mas que eu não tinha pensado na possibilidade que ele colocou: o roubo do processo do prédio, foi um falso crime para justificar a demora no andamento do processo...

E ele ainda trouxe uma outra novidade/denuncia: Os benefícios fiscais da época da copa do mundo foi utilizado para contrabandear equipamentos caros para as empresas de mídias(vulgo Globo).
(E porque ele falou isso na CPI do Futebol? oras... Futebol=CBF=Globo)

Outo caso relevante que aconteceu é o fato do Del-nero ter entrado no STJ contra a quebra de seu sigilo bancário alegando que está sofrendo perseguição pessoal... o que deixou muito nervoso o Senado Roberto Rocha(Bloco Socialismo e Democracia/PSB - MA)
  




A nossa amiga Rede Globo ao falar da CPI só deu destaque ao pedido do Del Nero de tentar barrar a CPI... nada sobre o que foi dito na reunião...



Essa outra cobertura da reunião está mais completa e bem feita....
Alguém sabe de onde eu tirei?!


         Jornalistas criticam ausência de transparência nas negociações da CBF

cpi futebol9026330 41a3b458b0 bA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar o futebol brasileiro realizou, nesta quinta-feira (27), a terceira audiência pública com a participação de jornalistas para reunir informações que poderão orientar os senadores na sequência das investigações.
Na reunião de hoje foram ouvidos os jornalistas Amaury Ribeiro Jr., Luiz Carlos Azenha e Leandro Cipoloni, autores do livro “O Lado Sujo do Futebol”, lançado no ano de 2014. Azenha explicou que o livro foi construído a partir de documentos públicos obtidos em cartórios, principalmente, do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de documentos do Ministério Público no Brasil e na Suíça e entrevistas com personagens envolvidos nos bastidores do futebol.
Segundo o jornalista, ao longo das investigações realizadas para o livro, chamaram-lhe a atenção a falta de transparência da Confederação Brasileira do Futebol (CBF). 
Nas investigações anteriores feitas pelas CPI que aconteceram no início dos anos 2000, Azenha destacou que, apesar de os trabalhos dos parlamentares estarem no caminho certo na CPI da Nike, realizada pela Câmara, e CPI da CBF, no Senado, as consequências jurídicas não acompanharam as investigações e permitiram que Ricardo Teixeira ficasse por mais de dez anos, após as investigações, no comando da Confederação. Teixeira deixou o comando da CBF pouco antes da realização da Copa do Mundo de 2014.
Intermediários
Em 2001, Ricardo Teixeira, então presidente da CBF respondeu a uma pergunta do então deputado Dr. Rosinha (PT-PR), e afirmou não ser o dono da empresa Sanud. Segundo Teixeira, em depoimento, a empresa seria apenas acionista de outra empresa que, essa sim, seria de Teixeira.
“Na nossa investigação tivemos acesso a documento da Promotoria da Suíça que investigava Teixeira e João Havelange. E, esse documento era uma lista de pagamento de propina em que estava explícita a participação da Sanud como intermediária de recebimento de propinas. E o promotor suíço deixa claro que a Sanud era integralmente gerida por Teixeira”, relatou Azenha.
Também em 2001, o então deputado Eduardo Campos questionou os contratos da CBF com a Traffic, empresa de J. Hawilla, réu confesso no escândalo conhecido como Fifagate e que levou à prisão de José Maria Marin. Na época, em reunião da CPI, Teixeira foi questionado se, não seria mais transparente a Confederação iniciar um processo de licitações para fechamento de contratos de direitos de TV.
“Na nossa opinião, esse processo não passou para o sistema de licitações porque, a Traffic era uma intermediária e o dono dela é delator como pagador de propinas nas investigações do FBI. A ISL que foi a origem da propina, que segundo a Promotoria suíça foi paga a Teixeira e Havelange, também era intermediária”, apontou. “A pergunta óbvia é: qual o papel desses intermediários nesses contratos? Será que esses intermediários são colocados apenas para pagamento de propinas? Qual o sentido de uma empresa do Oriente Médio vender os jogos da seleção brasileira? ”, questionou.
Caixa preta
O jornalista Leandro Cipoloni ressaltou que a ausência de transparências nas negociações da CBF é o ponto que mais lhe chamou a atenção durante a investigação que resultou no livro. “Muitos me perguntaram o que mais chamou a atenção durante as investigações e a publicação do livro. E eu digo que foi a leniência das autoridades. Teixeira foi investigado inúmeras vezes e sabemos que nada aconteceu”, disse.
Segundo Cipoloni, a atual falta de transparência na instituição existe por conta de uma manobra “genial” de Teixeira idealizada um ano após assumir o comando da CBF, em 1990. Teixeira, na oportunidade, retirou todo dinheiro público que era investido na Confederação - na época, recursos da Loteria Esportiva. “A partir daquele momento, a CBF se tornou uma caixa-preta. As autoridades têm uma dificuldade muito grande de investigar a entidade e isso aconteceu com Teixeira, com Marin e agora com Del Nero”, apontou
O jornalista Amaury Ribeiro Jr. se comprometeu a apresentar documentos ao corpo técnico da CPI do Futebol para que os senadores tenham condições de investigar a lavagem de dinheiro que ocorreu em solo brasileiro durante a realização da Copa do Mundo FIFA 2014. “Não vim para esta CPI trazer documentos antigos. Estou aqui para apresentar fatos novos”, salientou.
donizete83084 2b34ed2016 nDonizeti: “Nós temos de encontrar uma forma de o povo brasileiro ter condições de poder interferir nos rumos do futebol, inclusive, como ele deve ser dirigido”O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) defendeu que a CPI procure uma saída para que, efetivamente, o comando do futebol brasileiro, considerado patrimônio do povo, seja gerido por todos.
“Nós sempre ouvimos que o futebol brasileiro é um patrimônio do povo brasileiro. Se é um patrimônio do povo brasileiro, ele deve ser objeto de concessão disse. “Nós temos de encontrar uma forma de o povo brasileiro ter condições de poder interferir nos rumos do futebol, inclusive, como ele deve ser dirigido”, disse
O senador ainda avaliou que a Justiça precisa ter um peso e uma medida acerca das investigações que estão acontecendo. Para ele, a CPI do Carf, originada a partir da operação Zelotes da Polícia Federal, em andamento no Senado tem sido prejudicada pela quantidade de habeas corpus  concedidos aos acusados
Donizeti explicou aos colegas que aquela CPI tem encontrado uma dificuldade enorme em obter informações, já que praticamente todos os inquiridos chegam ao colegiado munidos de um habeas corpus, que, na prática, desobriga o convocado a depor. “No caso da operação Lava Jato, os camaradas são presos, se não falar não sai. Temos uma espécie de delação torturada. É preciso que os juízes analisem bem o fornecimento desse direito]”, reclamou. “Nós temos sido impedidos permanentemente de investigar as questões na CPI do Carf e, certamente, essa mesma situação ocorrerá na CPI da CBF”, emendou.
Movimentação de Del Nero
O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero formalizou, na última quarta-feira, no STF, solicitação para que o seu sigilo bancário não seja quebrado pela CPI do Futebol.
Na reunião desta quinta, o presidente da CPI, senador Romário (PSB-RJ) informou que deverá apresentar uma lista de motivos que justifiquem a ação.
Próxima reunião
A próxima reunião da CPI do Futebol será realizada no dia 1º de setembro às 10h15.



A transcrição da reunião ainda não está completa... depois eu volto e atualizo.



27/08/2015 - 7ª - CPI do Futebol - 2015
Horário (O texto a seguir, após ser revisado, fará parte da Ata da reunião.)

O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Bom dia a todos.
Havendo número regimental, declaro aberta a 7ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pelo Requerimento nº 616, de 2015, com a finalidade de investigar a situação do futebol brasileiro.
Conforme convocação, a presente reunião destina-se à realização de audiência pública e a apreciação de requerimentos.
Os convidados hoje são os três jornalistas que escreveram o livro de grande repercussão e bem interessante O lado sujo do futebol. Convido para a mesa o jornalista Luiz Carlos Azenha, Amaury Ribeiro Júnior (...)
... os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Amaury Ribeiro Júnior e Leandro Cipoloni. (Pausa.)
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Sr. Presidente, só um esclarecimento: hoje, os requerimentos que serão votados são esses que já estão na pauta. Pergunto: existe algum outro requerimento?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não. (Pausa.)
Comunico a todos os membros e convidados desta Comissão que, ontem à noite, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, pediu à Presidência desta CPI informações sobre a quebra de sigilo do Sr. Marco Polo Del Nero, aprovado, por unanimidade, no último dia 20.
Prontamente enviaremos todas as informações necessárias ao Ministro para que possamos continuar os trabalhoso desta investigação parlamentar.
Informo a todos que esta audiência pública será realizada em caráter interativo, com a possibilidade de participação popular. Por isso, as pessoas que tenham interesse em participar, com comentários ou perguntas, podem fazê-lo por meio do Portal e-Cidadania, no endereço www.senado,leg,br/ecidadania, e do Alô Senado, através do número 0800-612211.
Para organizar os nossos trabalhos, esclareço que, após a exposição inicial dos convidados, a palavra será concedida aos Senadores na ordem de sua inscrição. Terão preferência para o uso da palavra, na seguinte ordem, o Sr. Relator, o Sr. Presidente, os membros e os não membros.
Gostaria de agradecer a presença aqui dos três jornalistas a que me referi inicialmente.
É um prazer recebê-los aqui.
Eu, particularmente, como Presidente desta Comissão, e tenho certeza também os Senadores que participam desta Comissão, principalmente estes que se fazem presentes, acreditamos que a participação de vocês aqui será de grande relevância e importância para que continuemos fazendo esse trabalho sério que a CPI vem fazendo desde a sua abertura, e também esperamos colher muitas coisas positivas a partir dos depoimentos dos senhores aqui hoje.
Sejam bem-vindos!
Inicialmente, concedo a palavra ao Sr. Luiz Carlos Azenha para a sua exposição, pelo prazo de 10 minutos.
Por favor.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Bom dia a todos!
Nosso livro é baseado em documentos públicos, obtidos em cartórios, especialmente do Rio de Janeiro e São Paulo, documentos dos Ministérios Públicos, tanto do Brasil quanto da Suíça, e em entrevistas que fizemos com uma série de envolvidos nos bastidores do futebol.
Ao longo da nossa investigação, algumas coisas nos chamaram especialmente a atenção. A primeira delas foi a falta de transparência da CBF. Nosso primeiro trabalho foi rever as atas das CPIs que já aconteceram aqui no início dos anos 2000 – CPI do Futebol, no Senado, e CPI da Nike, na Câmara – e ver como a CBF se portou quando foi chamada a prestar esclarecimentos aqui às CPIs.
Por exemplo, em 10 de abril de 2001, o então Deputado Dr. Rosinha perguntou ao Sr. Ricardo Teixeira, que era, então, Presidente da CBF, se ele tinha alguma empresa no exterior. E ele diz: "Não; a empresa não é minha". Uma empresa chamada Sanud. "Essa empresa não é minha; ela é simplesmente acionista de uma empresa que eu tenho. É uma empresa de aplicações de recursos no Brasil". Isso ele disse literalmente.
Bom; a uma certa altura das nossas investigações, nós tivemos acesso a um documento da Promotoria da Suíça, que a essa altura investigava o Sr. Ricardo Teixeira...

(...) promotoria da Suíça, que, a essa altura, investigava o Ricardo Teixeira e o João Havelange, ex-Presidente da FIFA. Nessa lista, que era uma lista de pagamento de propinas, estava explícita a presença dessa empresa Sanud como intermediária de recebimento de propinas. O promotor suíço Thomas Hildebrand, em seu documento, deixa claro que essa empresa era controlada por Ricardo Teixeira integralmente.
De maneira que, embora a CPI estivesse no caminho certo em 2000, Ricardo Teixeira continuou no cargo por mais de dez anos. Quer dizer, não houve consequências jurídicas, não houve consequências praticamente para trabalhos muito bons feitos pelas CPIs de então.
CPI da Nike – 10 de abril de 2001. O então Deputado Eduardo Campos questionou, à época, os contratos da CBF. Ele perguntava o seguinte: "por que todos os contratos da CBF são feitos com a Traffic?" Naquela época, a CBF emprestava dinheiro, com juros altíssimos, do Banco Delta, no exterior. E ela tinha negócios com a Traffic já. O Eduardo Campos falou para o Teixeira: "a Traffic tem direito a 20% do contrato com uma fabricante de refrigerantes, tem direito a 5% de um contrato com uma empresa de material esportivo. Qual é o sentido? Por que não é melhor fazer uma concorrência pública?" E aí o Teixeira disse, literalmente: "talvez devêssemos passar a fazer licitações".
Obviamente isso não passou, e vou explicar por que, na nossa opinião, não passou a haver licitações. Se vocês olharem em retrospectiva, a Traffic era uma intermediária. Hoje, o dono dela é delator, como pagador de propina, nos Estados Unidos, na investigação do FBI. A ISL, empresa que foi a origem da propina que, segundo a promotoria da Suíça, foi paga ao Ricardo Teixeira e ao João Havelange, também era uma intermediária. Aqui, em Brasília, tivemos o famoso jogo da Seleção Brasileira com Portugal – o Leandro Cipoloni vai entrar em detalhes mais adiante sobre especificamente esse jogo – em que também houve um intermediário, de última hora, que apareceu no jogo. Era o Sandro Rosell, ex-Presidente do Barcelona e amigo do Teixeira.
Então, a pergunta óbvia que a os fazemos e não conseguimos esclarecer – acho que é uma sugestão para a CPI – é: qual é o papel desses intermediários em todos esses contratos, alguns dos quais caem de paraquedas? Por que a NBA americana, de basquete, não tem intermediário? Por que as negociações da NBA são feitas pelo próprio departamento de marketing da liga? E, se vocês fizerem uma pesquisa sobre outras ligas e outras entidades que lidam com futebol e outros esportes, verão que elas não colocam intermediário. Fica uma pergunta no ar: será que esses intermediários são colocados apenas para pagamento de propinas? Sabemos que três casos aqui nos parecem muito claros, esses três aos quais me referi. Então, além da falta de transparência, acho que o papel dos intermediários é muito importante de se explorar.
Por que uma empresa do Oriente Médio é que vende os jogos da Seleção Brasileira? Será que a CBF, que é uma entidade qualificada, que tem dinheiro, não tem capacidade de vender os jogos da Seleção? Será que é difícil vender um amistoso da Seleção Brasileira? Por que esses amistosos são vendidos através de uma empresa do Oriente Médio? Qual é o sentido comercial disso? Como notava o Deputado Eduardo Campos, em 2001, por que esse não é um processo público e aberto? Uma empresa do Oriente Médio (...)

Empresa do oriente médio com participação, como foi divulgado, se não me engano no Estadão, do Sandro Rosell, que recebia através de uma empresa de fachada nos Estados Unidos dinheiro circulando por paraísos fiscais. Isso nos chama a atenção especialmente. Há falta de transparência por um lado – a CBF diz que é uma empresa de direito privado, mas, ao mesmo tempo, ela lida com um patrimônio cultural do Brasil, que é o futebol. E o papel desses intermediários, que a gente toca no livro, mas a gente também não consegue entender por que isso não segue o padrão de outros países.
E uma terceira coisa que nos chama muito a atenção e a gente avalia no livro é a questão dos direitos de TV. Nós temos dois escândalos, aos quais me referi, da ISL e da Traffic, que envolvem a venda de direitos de TV. Eram duas empresas monopolistas. A ISL continuou com os direitos da Copa do Mundo, mesmo quando surgiu uma empresa americana oferecendo muito mais. Depois, descobriu-se que ela fazia isso através de pagamento de propina.
Recentemente, o Conselho de Defesa Econômica (Cade) enviou um ofício à CBF, este ano ainda, perguntando se essa negociação de direitos de TV poderia impactar os resultados das competições de futebol. E a resposta literal da CBF, embora se saiba que a receita de TV é um fonte relevante de recursos para os clubes, não tem qualquer relação com os resultados esportivos das respectivas competições.
(Soa a campainha.)
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – O que nos fez perguntar: por que 18 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiros são do Sul e do Sudeste? Por que, nos últimos dez anos, apenas três cidades têm campeões brasileiros? Se compararmos com a Liga de Futebol Americano, foram 8 campeões de cidades diferentes, inclusive de Green Bay, em Wisconsin, uma cidadezinha pequena.
Por que grandes mercados, com 8 milhões de pessoas – Fortaleza, Brasília e Salvador –, estão fora da Série A hoje? Por que esse desequilíbrio no futebol brasileiro? Será que isso não tem a ver com os direitos de TV, da forma como eles são distribuídos?
Na Alemanha, nos sabemos que a Bundesliga divide igualmente os direitos de TV. Na Inglaterra, nós sabemos que, nos direitos de TV, 50% são divididos igualmente entre os clubes. Em todos esses países, há mais de uma emissora transmitindo. E a ênfase é em equilibrar o campeonato e fazer com que os clubes tenham os seus jogos transmitidos para os seus mercados locais, porque os clubes dependem de venda de camiseta e de patrocínio.
Não é por acaso, portanto, que nós temos aqui no Congresso o PL 7.681, de 2014, e PL 7.552, de 2015, dos Deputados Raul Henry e Betinho Gomes, ambos de Pernambuco, tentando tornar esse processo de distribuição mais justo. Se olharmos como isso vai acontecer nos anos seguintes, 2018 e 2019, a previsão – está aqui em um dos PLs – é que Flamengo e Corinthians vão receber, nos anos de 2016 a 2018, R$170 milhões cada um em direitos de TV, enquanto Coritiba, Goiás, Sport, Vitória, Bahia, Atlético Paranaense vão receber R$35 milhões.
Então, o que nós estamos... O 7 a 1, na nossa opinião, não foi por acaso. É fruto de um futebol que está completamente desequilibrado, inclusive regionalmente, e com uma tendência, como disse o autor de um livro recém-lançado, de "espanholização" do futebol brasileiro, em que haja dois ou três clubes realmente com chances de ganhar o campeonato e os outros clubes como meros coadjuvantes.
Então, essas três coisas: transparência, a questão dos direitos de TV e a questão....

a questão dos direitos de tevê e a questão dos intermediários, coisas que nos preocupam muito. Acreditamos que a CPI tem um papel importante nessas questões. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado, Luiz Carlos Azenha.
Concedo a palavra ao Sr. Amaury Ribeiro Júnior.
Antes disso, gostaria de colocar que o Senador Donizeti Nogueira será o nosso relator ad hoc nesta reunião.
Concedo a palavra ao Sr. Leandro Cipoloni para a sua exposição. O Senhor tem 10 minutos.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Bom dia a todos. Bom dia, Presidente, bom dia, demais Senadores. É uma honra estar aqui hoje. Durante todo o processo do livro, ao longo de entrevistas, bate-papos, palestras, muito nos perguntaram: o que mais chamou a atenção dos Senhores, durante o processo do livro? Eu sempre disse que foi a leniência de parte das autoridades. Desde a posse de Ricardo Teixeira, ele foi investigado inúmeras vezes, inclusive por duas CPIs, o que não deu em nada, nós todos sabemos. Só estamos aqui hoje porque temos a convicção de que desta vez o futebol brasileiro vai ser passado a limpo. Muito do que aconteceu, muito do que foi arquivado ao longo dessas investigações, tem a ver com o que o meu Colega Luiz Carlos Azenha estava dizendo. Essa falta de transparência existe porque, logo que assumiu, em 1989, na realidade, um ano depois de assumir a CBF, em 1990, Ricardo Teixeira fez uma manobra genial, ele tira todo e qualquer dinheiro público da entidade, o que tinha de dinheiro da loteria esportiva ele tirou. Então, a partir daquele momento, ficou muito mais difícil investigar a CBF, tornou-se uma caixa-preta. Ricardo Teixeira passou a fazer o que bem quis na CBF. Isso aconteceu com o Marin, isso acontece hoje com o Del Nero. As autoridades têm uma dificuldade muito grande de investigar, tudo o que aconteceu na CPI foi arquivado. Se eu não me engano, Ricardo Teixeira foi indiciado treze vezes nas CPIs. Tudo foi arquivado. Isso se dá até 2008. Ricardo Teixeira não escorrega em nenhum momento, ele usa desse artifício para comandar o futebol brasileiro com mão de ferro. Inclusive, em diversas entrevistas, ele dizia isso, que se tratava de uma entidade privada, sem dinheiro público, que não devia satisfação a ninguém. Numa entrevista no Piauí, não com essas palavras, mas com palavras que não podemos repetir aqui, ele diz exatamente isso, que ninguém tinha nada a ver com a CBF. Voltando a 2008, sobre o amistoso que o Azenha dizia, foi a única vez, desde 1989, que alguém na CFB escorregou. Eu gostaria de usar esse caso para ilustrar de que maneira o Congresso Nacional pode olhar com carinho para essa mudança no futebol brasileiro, para de alguma maneira ter um controle estatal sobre o futebol brasileiro, porque é o único momento em que se consegue pegar Ricardo Teixeira. Inclusive, o nosso Colega Juca Kfouri disse isso aqui. Foi quando Ricardo Teixeira precisou recuar. Foi num amistoso entre Brasil e Portugal que aconteceu no Gama, em 19 de novembro de 2008... Eu gostaria que colocassem no telão. É uma pequena cronologia dos fatos para os Senhores entenderem o que aconteceu. Existe uma empresa chamada Ailanto Marketing. Essa empresa pertence – pertencia, porque foi encerrada – à Vanessa Precht, que é ex-secretária de Sandro Rosell. Sandro Rosell, como a maioria dos Senhores sabem, é o ex-presidente do Barcelona, sócio oculto de Ricardo Teixeira na empresa Brasil 100% Marketing. Depois, o Azenha pode explicar melhor sobre a Brasil 100% Marketing, que precede a Ailanto, só para a gente focar na questão do dinheiro público. Vanessa, em 25 de agosto de 2008, torna-se sócia de Sandro Rosell.

Vanessa, em 25 de agosto de 2008, torna-se sócia de Sandro Rosell nessa empresa. Menos de um mês depois, o governo do Distrito Federal notifica a Federação Brasiliense, que era responsável por organizar esse amistoso, que a Bonus Sport Management ficaria responsável pelo jogo. A Bonus é uma empresa de Sandro Rosell, na Espanha.
A ISE, empresa contratada pela CBF para organizar os jogos, informa que os direitos foram transferidos para a Bonus, de Sandro Rosell. A Bonus comunica que cedeu todos os direitos de organização para esta empresa chamada Ailanto, recém criada, que havia sido criada no primeiro semestre de 2008.
No mês seguinte, a Ailanto manda uma planilha de R$9 milhões para o governo do Distrito Federal, com a cobrança do serviço da organização desse jogo, que já estava totalmente acertado.
O Ministério Público percebeu a movimentação, porque foi necessário que o governo do Distrito Federal informasse ao Ministério Público sobre essa contratação. Após a pressão do promotor, o secretário de esportes do Distrito Federal pediu os documentos e as comprovações legais para a Ailanto, para que pudesse fornecer para o MInistério Público.
No dia seguinte, paralelamente a tudo isso, à organização do jogo – os senhores vão entender um pouco mais para frente –, a Vanessa Precht, a ex-secretária de Sandro Rosell, criou uma empresa chamada VSV Agropecuária. A Vanessa é uma pessoa importante para depois dar esclarecimentos a esta CPI, é uma senhora que cuida de moda no Rio de Janeiro e que, aparentemente, pelas nossas investigações, nunca teve nada a ver com marketing e tão pouco com agropecuária.
Nesse mesmo dia, a Vanessa enviou um ofício para o secretário de esportes do Distrito Federal, com a justificativa sobre os custos de R$9 milhões aos cofres públicos do Distrito Federal.
No dia seguinte, a Bonus, a empresa espanhola de Sandro Rosell, emitiu diretamente de Barcelona uma carta de capacidade técnica em favor da Ailanto, recém criada. A carta é assinada pela esposa de Rosell. De acordo com esse documento, um dos trabalhos que teria sido organizado pela Ailanto foi um mundial de esqui em 1996, 12 anos antes da criação da Ailanto. No mesmo dia é assinado o contrato entre o governo do Distrito Federal, do então Governador Arruda, o mesmo que, nove anos antes, havia pedido a criação, a instalação de uma CPI neste Congresso, e Vanessa Precht. Um contrato de R$9 milhões.
Apenas dois dias depois, a Ailanto já emitiu a primeira nota fiscal, por sinal, a primeira nota fiscal da existência da empresa, no valor de R$4,5 milhões. No mesmo dia, o pagamento é lançado no sistema do governo estadual.
Cinco dias depois, acontece o amistoso. E menos de quatro meses depois, a VSV, criada durante todo esse processo, de Vanessa Precht, arrendou terras de Ricardo Teixeira, em Piraí, por R$600 mil.
Os senhores podem ver, no intervalo de tempo, o que foi feito, o que pode ter sido feito com R$9 milhões de dinheiro público.
Enfim, esta foi a única vez que aconteceu, que se tem registro, que investigamos, desde 1989, quando Ricardo Teixeira assumiu, passou Marinho, Marco Polo Del Nero. À parte disso, são contratos com empresas privadas. É esse o discurso que é feito pela CBF, pelos três presidentes que passaram até o momento. Apesar de, como diversos colegas já disseram nesta CPI, apesar de ser uma entidade que usa o hino nacional, a bandeira nacional, as cores nacionais, um esporte que é patrimônio do povo brasileiro, a alegação é sempre esta, que se trata de uma entidade privada que não deve satisfação a ninguém.
Sobre Sandro Rosell e Ricardo Teixeira, gostaria que tivéssemos depois um pouquinho mais de tempo para explicar qual é o elo societário entre eles, porque acho que esta relação entre os dois explica

Essa relação entre os dois explica muito sobre o futebol brasileiro. Sandro Rosell foi Diretor da Nike no Brasil, todos nós sabemos qual a importância da Nike para o futebol brasileiro, essa máquina de fazer dinheiro que se tornou a CBF, e foi Presidente do Barcelona, mas, mais do que isso, é um grande amigo do ex-Presidente da CBF. Depois gostaríamos de explicar um pouco mais sobre essa relação societária.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado, Leandro.
Passo a palavra agora ao Sr. Amaury Ribeiro Junior.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Bom dia, Deputados.
Eu faria uma pergunta: se o senhores tivessem que sumir com um documento dentro de uma repartição pública – um documento não pode sumir dentro de um prédio da Receita Federal, porque deixaria rastro, não é? –, como vocês fariam para sumir com um documento dentro de um prédio da Receita Federal? Alguém teria uma ideia de como fazer um negócio desse? Isso parece filme de espionagem, mas alguém teria uma ideia de como fazer isso, sem deixar rastro, tudo? Alguém tem alguma ideia de como fazer isso?
Você tinha que arrumar um falso culpado, tinha que fazer uma tramoia, arrumar um funcionário culpado, uma mulherzinha lá, coitada, coitada não, uma pequena pessoa que já tinha dado pequenos golpes, simular a entrada dela lá, arrumar uma cópia dela entrando lá e, aí, jogar a culpa nela, em todo mundo, e se some com um processo dentro de uma instituição da Receita Federal, em que se somem de uma repartição pública milhões e milhões de uma investigação de internação pública, e, aí, simplesmente, depois que some isso aí, se faz um acordo com uma máfia de advogado que se tem, a mulher é culpada, mas, para isso funcionar, o que é que tem que ter? Tem que ter um Ministério Público corrupto também, tem que ter um Ministério Público corrupto, tem que ter todas as instituições corruptas.
Então, todo esse esquema, e eu abranjo quem cuidou dessa parte de lavagem de dinheiro, de internação de dinheiro, fui eu que cuidei, porque a minha especialidade é rastrear dinheiro sujo, isso, para funcionar, o que é que tem que ter? A lavanderia no Brasil continua? Continua, por quê? Porque as instituições são corruptas. A Receita é corrupta, o Banco Central é corrupto, e a direita quer que voltem quem para essas instituições? As pessoas que facilitam para a grande mídia, também, que é corrupta, as pessoas que facilitam a entrada de dinheiro.
Então, vou dar uma pauta para os senhores aqui, porque sempre me perguntam o seguinte: jornalista vem aqui para falar coisa velha? Não, eu vim para trazer um assunto novo para os senhores, um assunto novo. Era para trazer documentos, eu falei com Assessores do Sr. Presidente Romário, mas eu não estou mais na Record, não tenho acesso, não sei o que aconteceu com os documentos, eu queria vir numa outra ocasião entregar um documento, esses documentos, com que vocês vão ficar pasmos.
Para que serve uma Copa do Mundo – para que serve uma Copa do Mundo? Eu cheguei a para que serve uma Copa: é criar um pretexto para que os meios de comunicação não paguem imposto.
Então, se cria o quê? Se vai lá, se faz um documento igual a esse aqui, que dá direito, durante o período, de o pessoal trazer material esportivo, direito de transmissão. Sabe como é que acontece? Acaba a Copa e eles continuam sonegando, os grandes veículos de comunicação continuam sonegando impostos.
Então, o que é que mostra? Eu cheguei a procurar um dos poucos Procuradores do Ministério Público, quando eu descobri esses novos documentos, que eu vou chamar para os senhores de Conexão México, porque essa Polícia, se for investigar, não sabe investigar nada, porque aqui, essa Polícia aqui só sabe meter grampo nos outros. De Inteligência eles não entendem (expressão vedada pelo art. 19, do Regimento Interno do Senado Federal) – desculpa falar –, entendeu?
Isso aqui é da época da ditadura, essa Polícia, não tem Inteligência coisa nenhuma. Esse Ministério Público aí, eu acreditava. Hoje eu entendo por que o Ministério Público quer tirar a Polícia Federal. No caso desses documentos que sumiram, o Ministério Público foi omisso, não deixou, não pediu um laudo. O laudo da Polícia Federal dizia que era falso (...)

o laudo da Polícia Federal dizia que era falso o documento que acusava a falsa funcionária. Na verdade, os caras pagaram um dinheiro, quando tiraram o documento de lá, sabe o que aconteceu? Eles não quiseram mais. Aí, em off, os caras tentaram me vender, negociar. Eu falei: não vou comprar documento. Já tentaram armar para mim uma coisa dessas, para me desqualificar, me acusar de quebra de sigilo.
Hoje ninguém me pergunta o que aconteceu naquele processo de quebra de sigilo, naquela armação, feita por um procurador que, à época, estava a serviço da campanha, o pai dele era coordenador da campanha do Serra. Hoje ninguém fala que ele foi desclassificado da armação, que já tinha armado para o Senador Humberto Costa, e o próprio segundo instância pegou e tirou. Esse cara é Presidente da Associação dos Procuradores. Então, hoje esse Ministério Público é um Ministério Público... Vai investigar as licitações da PGR, vai investigar o caos. Eu tenho como investigar isso aí, eu tenho as coisas.
O que acontece, então, vamos voltar ao futebol. Conexão México. Se caiu durante a Copa do Mundo um sujeito chamado Rámon Uelo, acharam que era um simples venda. Fui rastrear no cartório de Minas, sabe o que ele fazia? Esse cara era, o bambambã da história não era ele, era a mulher dele, era a Irvin. O que ela fazia? Eles dão uma lista, na lista estavam essas empresas, a Mediservice, a Meditodo, capacitada para pegar e trazer material sem imposto de renda. Só que descobri que eles estavam internando imposto por outras empresas, através de paraíso fiscal. Estavam usando empresas, mecanismos através do próprio Banco Central, outras empresas em paraísos, da Alemanha, da China, e tudo, e continuam trazendo hoje dinheiro, equipamentos contrabandeados, veículos de comunicações, não pagando impostos sobre veículos de transmissão. Isso serve para todo mundo. Então, a que cheguei na conexão? Sei que tem uns advogados da CBF, se não não teria graça o senhor estar aqui, porque também avisei os meus nos Estados Unidos, estamos iguais aqui. Aí é o seguinte, o que aconteceu, aonde que chega o final dessa coisa? Chega a duas empresas na Arábia Saudita, ligadas ao mesmo Sandro Rosell, uma empresa ligada à Adidas e ligada à Nike. Ou seja, o esquema é o mesmo. Na Copa, eles estavam roubando do mesmo jeito, internando o dinheiro, fazendo a mesma coisa.
Uma sugestão: prometo entregar à equipe técnica, num outro dia, todo esse esquema que investiguei, trazendo os papéis, os documentos novos que levantei, tem um grupo me ajudando nisso, vou entregar esses papéis também a alguns colegas dos Estados Unidos, esses documentos não chegaram à toa lá nos Estados Unidos, e mostrando que esse esquema de lavagem de dinheiro é isso. Se não mudarem as regras, porque se interna dinheiro no País com a conivência do Banco Central, que não tem controle de câmbio.
Aqui, blindaram aqui, quem usava doleiro era o Presidente do Banco Central, blindaram o Presidente do Banco Central porque ele usava doleiro, crime contra o sistema financeiro, blindaram o Presidente. O novo Presidente da Receita Federal foi envolvido com os dois subsecretários dele, que foram afastados a bem do Ministério Público, e ele foi acusado junto com esses dois caras, que foram demitidos. Então, como o sistema pode funcionar, se o sistema corrupto do País, o sistema público é corrupto.
Estou escrevendo o livro da privataria, que vai se chamar: Brasil, o país do pecado, porque todas as instituições, os partidos estão todos corruptos, este País virou o País da corrupção, é onde vai o de lá e de tudo. Então, prometo: se vocês querem investigar alguma coisa, se essa CPI está disposta, entrego ao corpo técnico, tenho condições de entregar os documentos aos senhores. Eu acredito também, como o Leandro falou ali, a gente acredita nesta CPI, a gente acredita na boa vontade dos senhores, se não não estaríamos aqui. Vim propor aos senhores uma pauta nova, não vim aqui para trazer coisa velha. E a pauta que proponho é a conexão médica. Enquanto estavam atrás de ingressinho, estavam lavando dinheiro da Copa do Mundo, em plena Copa do Mundo, em pleno vexame

da Copa do Mundo, em plena Copa do Mundo, em pleno vexame de 7x1, estava-se lavando dinheiro na cara de todo mundo aqui, e os idiotas, os brasileiros sendo envergonhados e lavando-se dinheiro na conta de todo mundo. Temos que acabar com esse sistema, temos que acabar com esse sistema, temos que quebrar... É muito fácil.
Estive em Nova York por seis meses, na época do Banestado. Lá nos promotores de justiça, foi a gente que apresentou à Polícia Federal, eu era muito amigo do Morgenthau. A conta que vocês pedirem lá, eles abrem tudo lá, não precisa ser por amizade, esses negócios, esses acordos, nada. Há muitos caminhos para se abrir. Basta ter vontade, ter um corpo técnico, e eu estou disposto a ajudá-los no que for preciso.
Eu não estou vinculado a nenhum órgão, nenhum partido, nenhuma emissora, não estou vinculado hoje a ninguém. Então é só isso que eu gostaria de fazer. E me comprometo a trazer os documentos aqui.
Só isso.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado.
Nós passaremos agora a fazer nossas perguntas. Pela ordem, no caso eu seria o primeiro, mas passo a palavra aqui ao Relator ad-hoc, o Senador Donizeti.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Eu estou de improviso aqui, não me preparei à altura para poder fazer o trabalho, uma vez que a tarefa é do Senador Romero Jucá, que por algum problema não teve como vir.
Mas estou bastante impressionado com o que tenho ouvido aqui, dos jornalistas. E eu queria começar, Amauri, pedindo que você explicasse melhor para nós essa "conexão México", como é que ela funciona.
Mas eu vou fazer todas as minhas perguntas.
Essa coisa do esquema que você falou, que envolve o Ministério Público, a Receita Federal, o Banco Central e os meios de comunicação, é um negócio que me intriga muito. Por que é que algumas coisas andam e outras não? Por que é que algumas coisas são arquivadas e outras são tocadas, às vezes em ordem de preferência inversa da ordem cronológica dos fatos? Eu sou de um pequeno Estado, o Estado do Tocantins, e a gente fica muito longe desse eixo São Paulo-Minas-Rio, essa coisa da velha República café com leite.
Aquela questão da moça ou da senhora que retirou o documento lá da Receita Federal, eu não sei o final, eu não sei o que é que aconteceu. Então eu não tenho informação da continuidade ou da descontinuidade, até porque não fui atrás, mas de vez em quando me ocorre de perguntar o que aconteceu com aquilo, onde está aquela senhora, o que aconteceu com ela.
Os arquivamentos que foram citados aqui pelos outros colegas são decorrentes do que mesmo? Por que é que arquivou? Eu me comprometo a ler esse livro com muita atenção, porque acho que ele pode dar uma contribuição muito grande.
Há uma coisa que me intriga: a CBF é quem controla os árbitros, não é isso? Se ela controla os árbitros, ela não mantém a condição de controlar os resultados? Embora a gente tenha hoje a TV, os meios de comunicação que transmitem os jogos, que deixam muito claro quando o juiz erra, quando não erra. Mas um erro do juiz é algo irrevogável, então não há como voltar atrás. E se alguém já foi prejudicado, o resultado já está dado.
Bom, uma coisa também são os contratos de transmissões. Os contratos de transmissão dos jogos, dos eventos esportivos são por onde transitam centenas de milhões de reais ou de dólares. E no momento essas empresas que estão citadas, como a Traffic, que inclusive foi delatada, têm uma relação muito estreita

que, inclusive, o cara delatou, tem uma relação muito estreita com o grupo de comunicação do Brasil, que é um dos maiores grupos ou, se não, o maior grupo de comunicação de TV do mundo, e parece que isso não tem andado. O Ministério Público não tem cuidado disso. E o FBI está cuidando?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Bom, basicamente, o que eu poderia questionar aqui, Presidente Romário, neste momento, dado o improviso, são essas questões. Mas me preocupa muito essa questão do esquema, em que o Sr. Amaury coloca a Receita, o Ministério Público, e acho que está o Judiciário também, os meios de comunicação e o Banco Central.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado, Senador.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – E essa questão do Banco Central é por ausência de legislação que possa ser mais rígida ou é por conivência mesmo do banco?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado, Senador.
Qual dos senhores gostaria de responder?
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – O processo ao qual o Amaury se referiu, que é o do sumiço do processo, aconteceu dentro de uma repartição da Receita Federal no Rio de Janeiro. Foi um processo relativo à compra dos direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006. A Receita Federal, a partir de informações que vieram de fora do Brasil, multou a Globo em R$600 milhões por sonegação de impostos. Segundo os documentos da Receita, o livro menciona isso, os documentos todos, aliás, aos quais a gente está se referindo estão nestes CDs que a gente vai deixar aqui com a Comissão. Portanto, quanto à documentação, ela está toda aí.
A pessoa da Receita, o auditor da Receita que fez a inspeção argumentou que a Globo montou uma empresa chamada Empire, num paraíso fiscal, em Ilhas Virgens Britânicas, e fez uma investimento nessa empresa. O auditor argumenta que esse investimento era fraudulento, porque, na época de pagar os direitos de transmissão das Copas, a Globo extinguiu a empresa. Pegou o capital dela e fez o pagamento dos direitos. Então, teria sido, segundo a Receita, uma simulação para evitar o pagamento de impostos no Brasil.
Esses documentos estão aqui. A íntegra está aqui, Amaury?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – O que aconteceu? O processo andou dentro da Receita, mas uma auditora do Rio de Janeiro desapareceu com o processo.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Não. Essa é a sua versão, porque o que eu apurei foi o seguinte: o processo sumiu dentro da Receita. Uma fonte de dentro da Receita falou para mim que o processo sumiu. O que acontece? Em cinco anos, prescreve a parte criminal do processo. E o auto de autuação do auditor é perfeito. Ele usa todas as doutrinas sobre as quais sempre venho falando. Usa vários tributaristas, explicando por que esse tipo de coisa, que venho batendo desde o livro, era uma lavagem. Aí, chegou essa turma, sempre ligada aos mesmos procuradores, que todo mundo sabe, e nomeou um procurador para investigar o caso. Nós tivemos acesso legalmente ao processo que apurou o caso. Eu tive acesso. Eu fui lá e tive acesso. Então, você vai ler o processo, e o laudo diz que não garante que é a mulher que pegou. Depois, fui purgado pelos verdadeiros picaretas, e eles confessam que a mulher não tinha nada a ver com isso.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – A mulher foi só uma isca, só uma distração, uma laranja.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Agora, o Ministério Público não queria investigar. Por que ele não queria investigar? Ele não queria investigar. Tanto ele não queria investigar...
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Amaury, acho que é bom você falar sempre no microfone, porque a gente grava.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – O Ministério Público não queria investigar, por quê? Aí, comecei a mudar minha opinião. Por que o Ministério Público não queria a da PEC? Porque agora eles estão tirando a Polícia Federal de várias investigações. Ele investigou sozinho. Ele tirou a Polícia Federal da investigação. O que aconteceu? Com essa investigação, apesar de haver um laudo

Por tudo o que você está aqui falando, é de grande importância, é de grande relevância que você tenha documentos...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Eu tenho documentos. O problema é que eu não queria nem ter vindo aqui hoje.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – ...para que a gente possa, futuramente, através de requerimento, convidar a virem aqui determinadas empresas, para prestarem alguns esclarecimentos.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Posso concluir o que eu ia falar? (Pausa.)
O que acontece? Ao chegar a essas empresas, aonde se chega? No fundo, na ponta que você rastreia, está o próprio Sandro Rosell, está a Nike, estão as mesmas empresas. Quanto à ILS, por exemplo, que rastreei, chega-se à conclusão de que ela só mudou de nome e passou para outras empresas isso.
Quero só esclarecer que, quando fui convocado, pedi uma semana a mais para eu levantar os documentos, porque eu não queria estar aqui hoje. Aí o assessor falou que eu podia trazer os documentos...
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Mas você tem essa oportunidade. A gente precisa que você traga esse documentos. Não é isso, Presidente Romário?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – É claro, com certeza!
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Com isso, haverá materialidade no que você está dizendo aqui.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – É claro, é claro! Eu sei disso.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Isso é muito importante.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – É claro, é claro!
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – O Azenha estava...
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Os da Receita já estão aqui. Já está nestes CDs o processo todo. O processo terminou, na verdade, porque a Globo pagou a multa. O Amaury estava se referindo ao fato de que, como o processo sumiu e teve de ser refeito, prescreveu o que poderia haver de criminal, que era o mais importante. Então, pelo que a gente sabe, a Globo pagou a sua dívida em relação a essa operação. E foi assim que terminou a história, pelo menos até agora.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Bacana!
Quanto a essa questão da arbitragem que perguntei, alguém quer...
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Senador, bom dia!
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Bom dia!
O SR. LEANDRO CIPOLONI – É muito difícil... Também foi uma pergunta que muito nos fizeram logo após o livro, logo após a publicação do livro, mas é um ponto em que a gente não entra, porque é muito difícil a comprovação de manipulação de resultados. A gente sabe, hoje todos sabemos o que é a CBF. Por isso, estamos aqui hoje. A pergunta do Senador é bastante pertinente: se a CBF é o que é e controla os árbitros, como é que a gente pode confiar no resultado dos jogos? Mas não temos indícios de manipulação de jogos e não podemos falar sobre isso.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Vocês falaram de haver um controle estatal maior. Como haver esse controle sobre a CBF?
Você teve a oportunidade de dizer que, numa jogada genial, Ricardo Teixeira tirou toda a possibilidade de recurso público. Só para meu conhecimento, se ele tirou esse controle, o dinheiro da Loteria Esportiva vai para quem, vai diretamente para os clubes? Como é que é? Ou não vai dinheiro da Loteria Esportiva para os clubes?
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Não, na época, acho que não havia mais.
O que Ricardo Teixeira percebeu? Que o futebol brasileiro era autossustentável, que a CBF era autossustentável e não precisaria de dinheiro público. Hoje, é uma máquina gigantesca de fazer dinheiro. O que a CBF fatura é uma enormidade! Prova disso foi o levantamento da Polícia Federal da movimentação financeira de Ricardo Teixeira, num período de 12 anos – é o que está no indiciamento de Ricardo Teixeira –, de R$0,5 bilhão.
Então, ele percebeu, assim que assumiu – é claro, com a expertise do ex-sogro –, que não precisava de dinheiro público para poder fazer da Seleção Brasileira, da CBF, uma grande máquina de fazer dinheiro. Paralelamente a isso, o Clube tinha autonomia para organizar os campeonatos, para poder negociar diretamente com as emissoras os direitos de transmissão, através do Clube dos 13. Então, ele usou a CBF, usou a Seleção Brasileira, como uma máquina à parte.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Faço uma observação. Senador, essa é um questão muito relevante que cabe aos brasileiros definir. Quanto ao papel da CBF, ela se coloca como uma empresa de direito privado. Agora, se o senhor for olhar a legislação de outros países, verá que ou as ligas se organizam, ou existe... Na Argentina, por exemplo, todas as transmissões de futebol eram do grupo Clarín, todas na TV a cabo. A Argentina não tinha transmissão de futebol em TV aberta até recentemente. Houve uma intervenção estatal (...)

todas na TV a cabo. A Argentina não tinha transmissão em TV aberta de futebol até recentemente. Houve uma intervenção estatal nesse caso, fazendo com que seis emissoras passassem a transmitir o futebol em vários horários, em vários blocos.
O Parlamento já fez duas CPIs. Esta é a terceira CPI sobre futebol. O papel, eu atribuiria ao Parlamento, de decidir isso. Há estes dois PLs, por exemplo, aqui. Por que não outros, que deem ao Parlamento algum tipo de autoridade, ou que cobrem transparência? Crie-se uma estrutura que exija transparência da CBF em relação aos seus contratos. Tendo em vista que o futebol é um patrimônio do povo brasileiro, eu acho que essa seria uma saída. Há de se discutir essa questão jurídica.
Mas eu acho que a questão central, como eu havia dito no início, é mesmo a questão dos direitos de transmissão, porque eles são, hoje, a maior fonte de renda dos clubes.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – É a galinha dos ovos de ouro.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Sr. Azenha, tenho algumas perguntas aqui.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – O senhor tem conhecimento do motivo que levou o Cade a questionar a CBF sobre se os direitos de transmissão influenciavam e influenciam os jogos dos campeonatos brasileiro? E quais informações o senhor poderia acrescentar sobre a relação das TVs com intermediários e cartolas?
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Senador Romário, esse documento me foi passado por um leitor, e eu vou lhe passar. Eu o recebi recentemente. Esse é, aparentemente, um inquérito administrativo do Cade, que está em andamento. Esse ofício é de 10 de janeiro deste ano, assinado pelo Sr. Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico. Pela leitura de tudo o que está escrito aqui, o Cade se preocupa com a questão do monopólio, das transmissões, mas eu não sei a origem disso, eu não sei a que se refere esse inquérito administrativo. Eu recebi recentemente esse documento.
E a segunda pergunta?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – A segunda pergunta é: quais informações o senhor poderia acrescentar sobre a relação das TVs com intermediários e cartolas?
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Bom, J. Hawilla, como lembrou o Senador, é uma pessoa umbilicalmente ligada a um dos grupos de mídia do Brasil. Ele é dono de emissoras no interior de São Paulo, que é o segundo maior mercado de televisão do Brasil, depois da cidade de São Paulo, emissoras importantes. A TV TEM é um grupo, Bauru, Sorocaba, se não me engano mais algumas emissoras. Ele era o intermediário. Ele vendia os direitos de transmissão da Copa do Brasil, por exemplo. Nós já sabemos, pelo depoimento dele, nos Estados Unidos, que ele acusa pagamento de propina dos direitos de transmissão da Copa do Brasil, e isso envolve Ricardo Teixeira, Marin, que está preso na Suíça, e o atual Presidente da CBF, em pagamentos de propina.
A Nike está sendo investigada. A promotoria dos Estados Unidos não deu nome. Ela fala apenas "uma grande multinacional de material esportivo", mas a gente sabe que é a Nike, porque a Nike fazia os pagamentos ao J. Hawilla na Suíça. Em relação à comissão a que ele tinha direito no contrato da Nike, o pagamento era feito na Suíça, o pagamento dos 5% a que a Nike teria direito. O destino desse dinheiro a gente não sabe, se isso foi pagamento de propina, porque o depoimento completo do J. Hawilla ainda não foi divulgado. A gente sabe parcialmente apenas. Nos próximos dias, eu posso, inclusive, deixar depois o endereço aqui com a CPI sobre um blogue nos Estados Unidos, cuja origem não é identificada, que está publicando todos os documentos relativos ao processo que se tornam públicos. Então, dá para saber. Provavelmente, em alguns dias, o depoimento do J. Hawilla vai se tornar público. Ele tem uma audiência em Nova York, daqui a alguns dias, num tribunal federal lá do

e tinha como minoritários a mesma Vanessa de Almeida Precht e também o Claudio Brasileiro.
Existe uma história interessante – eu acho que o Amaury vai falar depois; ele está ansioso para contar a história dele.
Havia uma outra moça chamada Nathalie Peacock Serrano. E havia um quinto sócio, que era um executivo, curiosamente, da AmBev – em 2001, a AmBev fechou um contrato com a CBF. O nome dele é Alexandre Barreira Leitão.
Então, essa empresa Brasil 100% foi criada, é uma empresa de marketing, e tinha como sócio oculto, pelo que investigamos nos últimos anos, o Sr. Ricardo Teixeira. É uma transação que envolve uma corretora de valores. Está tudo muito bem documentado nesses CDs, é difícil a explicação...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Em cartório também.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Tudo em cartório. Pode falar. Conta a história do Honigman.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Esse Honigman é um loucão, ele aparece, era um operador da Bolsa de Valores; ele é igual ao Lobo de Wall Street.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – É, em Nova York.
Ele foi condenado lá e fez um acordo. Tentou dar um golpe, uma falsa swap, uma operação casada. Ele reapareceu no Brasil e chegou a comprar uma casa aqui. E, de repente, ele se aproximou dessas pessoas – ele é meio doido –, largou a mulher e se juntou nesse esquema ao Ricardo Teixeira. Eles eram chamados – está até no livro – de três tenores. Porque os três formaram uma parceria. Os três viajavam pelo mundo todo. Era o canal que eles usavam para fazer os negócios. Ele foi acusado também numa Copa, de dar um golpe nos caras, de vender os direitos. Daí ele sumiu, comprou uma casa na Gávea. Deu o golpe e, de repente, eles fizeram uma transação, que, na verdade, era uma transação fraudulenta, e a própria operadora que eles usavam não sabia dessa transação.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Esse talvez seja o documento... A gente não conseguiu avançar tanto, mas talvez seja o documento mais importante que a gente tem. Da Alpes.
É uma transação envolvendo Claudio Honigman, Ricardo Teixeira e Sandro Rosell, em que eles fazem uma swap, uma troca de ações de empresas. A transação é de R$50 milhões...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Envolve uma aeronave, que era da TAM, de R$8 milhões. E para a nossa surpresa, de possa desses documentos, quando consultamos a corretora que, supostamente, estava tendo negociadas as suas ações, a corretora Alpes, ela disse que desconhecia a transação, que era fraude, que era uma completa fraude.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Era tudo uma lavagem de dinheiro para justificar um acerto de contas entre eles.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Entre eles três.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Entre eles três, para justificar também com quem ia ficar a aeronave. Era uma operação de encerramento de sociedade...
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Embora esteja registrada em cartório essa operação como os dados, as informações, a swap de ações entre eles, a Alpes não reconhece. Ela respondeu para a gente: "Não, nunca. A Alpes corretora não possui qualquer relação com o Sr. Ricardo Teixeira."
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Com o Honigman.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Com o Ricardo Teixeira e também com o Honigman.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – O Honigman já tinha trabalhado com eles, era operador...
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Então, é uma fraude... Inclusive, esse é um dos motivos pelos quais a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar as coisas do Ricardo Teixeira. Porque isso é uma fraude contra o sistema financeiro.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Quem conta toda essa história é a ex-mulher do Honigman, que deu entrevista para a ESPN. Ela conta da farra dos três, que alugavam um iate para ficar no Mediterrâneo.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Acho que o resumo é assim: o Sandro Rosell é um personagem essencial, central para entender o que se passou, e talvez ainda hoje se passe, na CBF. Por quê? Porque ele continua recebendo dinheiro dos jogos – até recentemente – da Seleção. Por isso é que eu falei que é inexplicável a CBF usar uma empresa do Oriente Médio para vender os amistosos da Seleção brasileira.
E, denunciado pelo nosso colega do Estadão, que já esteve aqui, o Sandro Rosell, até recentemente, estava recebendo dinheiro como intermediário desses jogos da Seleção brasileira no exterior, através de uma empresa de fachada, nos Estados Unidos
brasileira no exterior, através de um empresa de fachada nos Estados Unidos, e o dinheiro transitava por paraísos fiscais. Então, ele foi, mas continua sendo um personagem muito pouco investigado no Brasil, ainda.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Outra personagem que é muito importante...
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Desculpe-me, só concluir sobre...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Nós não falamos nada dela, e esse é o elo da corrupção da CBF, é a tal que virou sócia do Abrahão e que emprestou... Como é o nome dela?
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Deixe-me só concluir sobre o Sandro.
Como o Azenha disse, o Sandro é uma figura central. Nesses últimos anos, talvez desde a Copa de 1988, é uma figura central na CBF, que passou incólume pelas duas CPIs.
Por incrível que pareça, como eu disse, o Sandro baixou aqui no Brasil, veio para o Brasil no meio da CPI, com a missão de livrar a Nike da CPI, e não veio à CPI. Veio o relações públicas da Nike no Brasil, Ingo Ostrovsky, que deu um depoimento que não avançou em nada.
Mas, até o início das nossas investigações, por mais central que fosse, ele ainda tinha passado batido. O Sandro era uma figura que não chamava a atenção, mas os cartórios aqui do Brasil mostraram o que o Sandro sempre negou. Inclusive, logo que fizemos as primeiras reportagens mostrando quem era o Sandro aqui no Brasil, o que fazia Sandro Rosell, ele deu uma coletiva na Espanha, em Barcelona, dizendo que nos processaria, porque jamais teve qualquer empresa aqui no Brasil, processo que nunca chegou.
Paralelamente, todos os documentos estão aqui provando que Sandro Rosell atua, ainda, muito forte no futebol brasileiro, muito forte.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Amaury, qual é o nome dessa senhora que vocês identificaram?
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Nosso livro, não sei se os senhores lembram, começa... Como é o nome dela? Estou ficando velho.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Lorice.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Lorice.
Esse livro começa... Uma viagem que a gente fez, eu e o Azenha, lá para Orlando, porque o que eu descobri lá no Rio de Janeiro? E, pela primeira vez, ela falou, ao falar... Ela nunca tinha falado.
Quando o Ricardo Teixeira veio à CPI, havia... O Juca tinha noticiado que tinha morrido – isso é que acabou com ele – uma menina...
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Uma senhora...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Uma senhora que seria namorada dele.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Uma senhora, não, uma moça chamada Adriana de Almeida Cabete, de 23 anos.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Adriana, tá. E isso é que teria acabado... que acabou o casamento, acabou com tudo.
A vida particular dele não nos interessava em nada, mas saber por que era a ligação.
E, no meu rastreamento, o que descobri? Descobri que, na verdade, a mulher que estava com ela no acidente nada mais era do que sócia de quem? Do cara principal fornecedor de todas as Copas da CBF, inclusive da Copa... disso. E depois dessa...
E ela virou sócia do...
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Quem é o cara?
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Wagner Abrahão.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Wagner Abrahão.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Amaury, foi muito falado aqui, já, na CPI.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – E o que pareceu muito evidente é que, depois dessa morte – ela, que era uma simples gerente e que levou a mulher para trabalhar na agência de turismo lá em Orlando –, houve um pacto meio sinistro lá no acidente, e ela virou sócia. Virou sócia.
E ela era uma mulher assim até... Ela posava, tudo. E, após o acidente na avenida, ela virou sócia de uma empresa do Wagner Abrahão.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Também brasileira?
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Brasileira também.
Essa mulher tem de ser chamada.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Só para a gente tentar resumir a história. A história é um pouco longa.
A Adriana é uma moça conhecida do Ricardo Teixeira, o Juca Kfouri... Ela faleceu... Ela faleceu num acidente, lá em Orlando, em 1995, em outubro de 1995, um ano após a Copa de 1994, enfim. E o Juca Kfouri deu uma nota à época, dizendo que essa moça tinha relações afetivas com Ricardo Teixeira, essa Adriana, que faleceu.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Morreu num automóvel do Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Essa história está no livro?
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Está no livro.
Está no livro.
Enfim, é uma coisa que não íamos investigar, mas, levantando alguns documentos em cartório, nós descobrimos que quem estava junto com ela no acidente era essa Lorice Sad Abuzaid, que é brasileira também.
A Lorice era funcionária do Abrahão, que, já em 1994, já na Copa de 1994, trabalhava, prestava serviço para a CBF. O Abrahão, na época, era dono da Stella Barros Turismo. Nosso Senador Romário deve
era dona da Stella Barros Turismo. Nosso Senador Romário deve se lembrar de que, naquela Copa de 94, a Stella Barros era uma das patrocinadoras da CBF, enfim, tinha acordos comerciais com a CBF. Então, Abraão, em 94, já tinha relações comerciais com a CBF de Ricardo Teixeira. No ano seguinte, a funcionária dele, acompanhada dessa moça que tinha relações afetivas com Ricardo Teixeira, as duas sofreram um acidente, e a Adriane veio a falecer. A Lorice, após esse acidente, a sobrevivente do acidente, tornou-se sócia do Abraão. A relação entre Ricardo Teixeira, Abraão e Lorice se estreitou demais logo após esse acidente, logo após a Copa de 94.
O Abrahão, só na Copa de 2014, desculpa, havia uma previsão de ele faturar meio bilhão de reais com os pacotes de hospitality.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – É, então, como a gente vinha falando, a questão das concorrências, que o Deputado Eduardo Campos falou lá atrás, esses pacotes que foram os mais importantes, que deram maior retorno, não houve concorrência, Ricardo Teixeira dividiu pela metade, pacotes de luxo: metade para a Traffic, metade para o Abrahão. Entregou...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Conta a história da cobertura.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – ...sem nenhum tipo de...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Os senhores acreditam que o Sr. Wagner Abrahão ainda tem algum tipo de influência na gestão atual da CBF?
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Tem?
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Sim.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Ainda?
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Não sei.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Na última Copa, teve, né?
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Sim, na última Copa, teve, inclusive, houve uma matéria até muito bem feita por A Folha de S.Paulo, recentemente, mostrando as transações imobiliárias entre o Abrahão e o atual Presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Então, Abrahão, que tinha uma relação muito antiga com Ricardo Teixeira, muito estreita com Ricardo Teixeira, continua, aparentemente, atuando dentro da CBF. Mostramos, em 2011, que essa transação imobiliária, acho que já foi explicada aqui, na CPI, essa triangulação, triangulação, não, na verdade, foi uma transação entre os dois, entre o Abrahão e o Marco Polo Del Nero, que já havia acontecido, o mesmo modus operandi, com o Ricardo Teixeira. Mostramos em 2011, que o Ricardo Teixeira vendeu uma cobertura - deixe-me encontrar aqui -, desculpa, o Abrahão vendeu uma cobertura na Barra da Tijuca, na mesma Barra da Tijuca da cobertura do Marco Polo Del Nero, em 2009, por R$720 mil, um imóvel que era avaliado, segundo as nossas apurações, em R$4 milhões, entendeu, por 720 mil para o Ricardo Teixeira. É uma outra figura muito importante no futebol brasileiro.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu gostaria de perguntar aos Srs. Senadores que estão aqui presentes, Ciro Nogueira e Roberto Rocha, se querem fazer alguma indagação, alguma pergunta aos convidados.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Presidente, só dizer que são denúncias muito graves que precisam ser encaminhadas à CPI, para que a assessoria analise. O mais importante do trabalho desta CPI, Presidente, é criarmos mecanismos que evitem, caso isso seja comprovado, que esses fatores venham a acontecer.
Acho que essa discussão que diz respeito ao grande mote do Ricardo de tirar a questão do recurso público, acho isso mais do que louvável, nenhuma liga mundial de qualidade tem recurso público. Esse exemplo da Argentina, não vejo com muito bons olhos de querer estatizar dessa forma, porque, no final das contas, pode ter certeza que, lá, pelo que conheço, deve ter alguma coisa de recurso público, e acho que esse não é o objetivo. Acho que o futebol é mais do que rentável, você vê pelos valores que até os senhores citaram aqui, é mais do que rentável para se sustentar e até dar algum lucro na sociedade. Esse que é o (?), o que não podemos aceitar é qualquer tipo de desvio que algum dirigente ou empresário venha a se locupletar dessa paixão nacional. Acho que é o objetivo. O que precisamos é que os senhores encaminhem, até dêem sugestão a esta CPI do que podemos melhorar na nossa legislação. Essa situação que o senhor citou aí de sonegação com a Copa de 2000...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – E internação de dinheiro. Por exemplo, ele havia perguntado, o Deputado, por exemplo, ao Senador, desculpe, que havia perguntado, por exemplo, a entrada de dinheiro. Hoje, é
Por exemplo: a entrada de dinheiro. Hoje, o Banco Central tem, aproximadamente, 16 mil operações de câmbio. Só seiscentas são rastreadas por dia. E não é isso... O que acontece é o seguinte: a internação... Eu já falei no meu primeiro livro e já falamos no segundo. Eles pegam o dinheiro e criam uma ficção, de empresas em paraíso fiscal, que vão aplicar dinheiro como Ricardo Teixeira fazia, que tem sua empresa, aplica tudo e o dinheiro vem como em uma operação casada entre eles mesmos.
Eu acho que, para uma empresa de paraíso fiscal entrar em uma empresa brasileira, se tem de provar o verdadeiro dono. Isso seria uma das maneiras de flexibilizar a entrada de dinheiro sujo e flexibilizar também a entrada desses fundos, essas operações na bolsa e saber a origem desses fundos. Hoje, o Banestado, por exemplo, está difícil mandar dinheiro para (Ininteligível.)
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Mas os doleiros me dizem que existem 200 bilhões de dinheiro lá fora. Então, você não precisa mais mandar dinheiro para fora. Só por meio de cabo, você pega e traz dinheiro. Então, essa internação de capital de dinheiro sujo que está lá fora que tem de se ter mecanismo para se proibir essa internação de dinheiro sujo.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Deixe-me concluir, Sr. Presidente. O senhor há de convir que esta CPI tem de ter um foco. Se nós formos aqui tratar de dinheiro, de internação de dinheiro, aqui nós não vamos produzir nada. Nós não temos capacidade nem tempo hábil para... Acho que outras CPIs podem tratar desse assunto e de outras discussões. A gente aqui tem de ver a situação do futebol brasileiro como melhorar, regulamentar, evitar desvios de condutas que venham a acontecer. Esse, eu acho, é o grande foco desta CPI. Nós temos, lógico, de usar os exemplos do senhor, mas grande parte do que foi colocada já prescreveram e situações até que já foram pagas. Então, não há muito o que ser feito. O que nós temos de ver é... Por exemplo: o que mais me preocupa hoje aqui? É a Olimpíada que vai acontecer e que os erros não aconteçam. Nós temos de usar a Copa do Mundo e saber dos erros... E, se houve erros, passaram pelo Congresso Nacional, pois essas leis foram aprovadas aqui; se houve isenção, foi aprovada no Congresso Nacional. Então, o que mais me preocupa é deixar um legado a ter que sair aí atirando para várias direções e não vamos produzir nada que possa valorizar o futebol brasileiro.
Então, o que os senhores puderem contribuir com exemplos e com situações que possam trazer para esta Casa, para que a gente possa trazer uma legislação que venha a evitar que qualquer desvio de conduta venha a acontecer no futuro, acho que isso é o mais importante.
Tudo bem, Presidente, muito obrigado pela atenção do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem, Senador.
Senador Roberto Rocha com a palavra.
O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - MA) – Sr. Presidente, quero cumprimentar os convidados e os colegas Senadores. Primeiramente, antes de formular uma única pergunta aos nossos jornalistas, quero dizer que recebi agora, com muita estranheza e perplexidade, a notícia do mandado de segurança impetrado pelo Presidente da CBF contra ato desta Comissão que resolve quebrar o sigilo do Sr. Del Nero e, ao final da peça, coloca que – para justificar um dos pressupostos desse mandado de segurança – há periculum in mora, alega que esta Comissão foi criada por um sentimento pessoal.
Eu me sinto profundamente desrespeitado como membro desta Comissão, como se esta Comissão tivesse aqui o objetivo de atender a interesse pessoal de um Senador ou de um grupo de Senadores. Eu faço questão de deixar registrado este meu sentimento de indignação com esse comportamento. Se isso está sendo dito em uma peça de um mandado de segurança, imagine o que está sendo dito fora disso?
Então, eu espero, sinceramente, que o Ministro Edson Fachin possa ter a cautela necessária para apreciar esse pedido, porque, de cara, demonstra que há muita coisa para se esconder. Meu sigilo bancário, se quiserem quebrar, a qualquer momento, não há nenhum problema, nenhum problema!
a qualquer momento, não há nenhum problema, nenhum problema! Eu tenho certeza de que V. Exª, Senador Romário, que recentemente foi acusado por uma revista de ter dinheiro fora do País de forma ilegal, é do mesmo jeito. V. Exª pegou um avião aqui e foi até a Suíça. Chegou lá e encontrou a seguinte situação: um misto de tristeza, digamos assim, porque não havia aquele dinheiro na sua conta – nem conta havia... (Risos.)
O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - MA) – e de alegria.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – É verdade.
O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - MA) – Então, imagine a preocupação que cerca esta CPI!
Eu quero aqui revelar, sim, o sentimento de revolta e de indignação com esse comportamento do Presidente de CBF. Agora, mais que nunca, faço questão de conhecer o que existe por trás disso.
Faço questão de fazer esse registro e de manifestar minha total confiança e alegria de ver que esse processo está na mão de um dos melhores brasileiros que hoje tem assento no Supremo Tribunal Federal, Ministro Edson Fachin.
Eu não acompanhei o início da sessão – peço minhas desculpas –, porque estava em outras atribuições aqui no Senado Federal, mas tenho acompanhado sempre todas as palestras, os depoimentos das pessoas que vêm à Comissão para contribuir.
Vejo que, no livro de V. Sªs, está dito que a Nike, à época comandada pelo Ricardo Teixeira, através da figura do Sr. Sandro Rosell, mandava e desmandava na seleção, participando inclusive da escolha de jogadores e árbitros.
Eu queria saber se V. Sªs tem conhecimento se essa prática continua na gestão de Marin e de Del Nero.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. (Fora do microfone.) – Eu posso falar?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Leandro.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Não temos conhecimento se essa prática... Nunca falamos – permita-me, Senador – em árbitro, em escolha de árbitro, ou que a Nike escolhe árbitros. Isso nós não podemos afirmar – não temos como afirmar isso.
Havia suspeita de que Nike, em 1998 – isto nós colocamos na condicional –, havia colaborado na escalação de jogadores e, inclusive, obrigado o jogador Ronaldo a participar da final de 1998.
Permita-me fazer apenas uma observação sobre o que o senhor estava falando há pouco a respeito do mandado de segurança. Essa postura do Presidente Marco Polo Del Nero é idêntica à de Ricardo Teixeira na CPI anterior. É o mesmo esquema. O esquema é idêntico, funciona da mesma forma. Quando falamos em participação estatal no futebol brasileiro, é justamente para ter como intervir num momento como esse, para mostrar ao Presidente da CBF que o futebol brasileiro é patrimônio do povo, que não é uma entidade privada e que tem que ser fiscalizada.
Acho que nós quatro concordamos com a tese de que não deve existir dinheiro público na CBF, no futebol brasileiro, porque, como já dissemos, é autossustentável, é uma máquina de fazer dinheiro. É o futebol mais importante do mundo, é a seleção mais importante do mundo. Então, não há necessidade de dinheiro público. Mas há uma necessidade – isto tem sido discutido, apesar da resistência da bancada da bola que existe no Congresso – de que haja uma interferência, uma intervenção estatal no futebol e que a CBF possa ter algum controle por parte do Governo Federal.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Mais alguma pergunta? (Pausa.)
Senador Romário, eu queria fazer mais algumas perguntas.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ. Fora do microfone.) – Por favor, Senador.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Primeiro, eu quero começar por sua última fala.
Nós ouvimos sempre que o futebol brasileiro é um patrimônio do povo brasileiro. Se é um patrimônio do povo brasileiro, ele deve ser objeto de concessão, se encararmos assim, conceituarmos assim. Então, nós temos que encontrar uma forma de o povo brasileiro interferir nos rumos do futebol, inclusive sobre como deve ser dirigido.
Eu queira perguntar o seguinte: há uma história de que...
... Tem uma história de que os empresários dos jogadores, juntos com os cartolas da CBF, interferem na convocação, porque de tudo que nós estamos falando aqui a gente está falando que o futebol é uma vitrine extraordinária para o mundo, o futebol brasileiro projeta os seus nomes, temos grandes craques.
Até outro dia comentei sobre o Senador Romário que na Copa dos Estados Unidos o Zagalo não queria convocá-lo e ele foi convocado por pressão popular. E foi lá e resolveu a Copa junto com os outros companheiros, mas todo mundo sabe que a presença do Senador Romário, como atleta naquela competição, foi determinante para que tivéssemos o resultado que tivemos.
Então, há, por parte de vocês, alguma materialidade nessa desconfiança de que os empresários com os cartolas controlam a convocação? Ou os técnicos têm total, a comissão técnica, autoridade sobre isso?
Vocês disseram aqui, acho que o Amaury, do procurador e da auditora, que é aquela Senhora que participou – eu não sei se é a questão de dizer o nome –, mas passar aqui para a assessoria da CPI o nome dessas pessoas...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Está nos documentos.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Está nos documentos. Então, a gente já tem nos documentos.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – Mas não é auditora não, é auditor, viu?
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Auditor.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. – O nome dele é Zílio.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Bom, é isso que eu teria mais para acrescentar aqui, era isso nesse momento.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Eu acho que... Quer dizer, nós não temos, no nosso livro a gente não tem nenhuma informação sobre... Fica no campo da especulação mesmo, da influência dos empresários, que ela existe... Os empresários se tornaram muito importantes no futebol.
Então, mas a gente não apurou nenhum caso...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. (Fora do microfone.) – Nós não temos documentos.
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – ... baseado em dados factuais que a gente possa afirmar isso a partir do que a gente investigou.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Por desconhecimento, a última pergunta.
É que foi falado no inquérito da Polícia Federal contra o Ricardo Teixeira e como não tenho acompanhado isso, eu não sei.
Esse inquérito está em andamento?
O SR. LUIZ CARLOS AZENHA – Ele foi aberto há quantas semanas?
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Ele foi aberto, foi instaurado no final do ano passado ou no começo deste ano com base nas nossas reportagens, nas nossas investigações.
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. (Fora do microfone.) – Investigações. No Estadão. Uma série de ...
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Uma parte do Estadão e nas nossas investigações.
Ela tem três pontos centrais: uma é a transação com Wagner Abrahão, a outra é essa relação...
O SR. AMAURY RIBEIRO JR. (Fora do microfone.) – Corretora Alpes.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – ... com a Corretora Alpes e a terceira é a, também, do Brasil 100%.
Sãos os três pontos centrais que nós falamos aqui hoje na CPI.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Bom, por fim, eu quero fazer coro com o Senador Rocha, lá do nosso Maranhão, em relação a essa peça do escritório de advocacia e do atual presidente em relação ao que ele disse da CPI, especialmente do Senador Romário.
Por outro lado, também, dizer para a justiça que ela está precisando ter um peso e uma medida só, porque em muitos casos possui dois pesos e duas medidas.
A CPI encontra uma dificuldade, e eu estou ali na CPI do Carf, deixei lá hoje para vir aqui contribuir com essa, ninguém fala, todo mundo chega ali com habeas corpus.
No caso do que está acontecendo na operação da Lava Jato os camaradas são presos, ficam lá, se não falarem não saem, nós temos uma espécie de delação torturada e aqui a CPI não consegue ouvir. A CPI do Carf não consegue ouvir as pessoas porque todas chegam acobertadas pelos habeas corpus que dá direito a elas não falarem.
Bom, esse é um direito constitucional e tudo, agora, é preciso que os juízes analisem isso bem porque nós estamos aqui para...
os juízes analisem isso bem, porque nós estamos aqui para contribuir com a sociedade brasileira, no papel que nos foi outorgado, nas CPIs, e nós estamos sendo impedidos permanentemente, na CPI do Carf, por exemplo. E certamente vai ocorrer aqui, Senador Romário, com os habeas corpus do STF, para que as pessoas fiquem caladas e não falem. Entendeu?
Então, é isso, Senador Roberto Rocha, endosso as suas palavras e confio que o Ministro Fachin, dada a urgência que ele já pediu, aqui na Comissão, de 24 horas para dar as informações que ele pediu, e o Senador Romário já se comprometeu com isso aqui hoje, vai fazer cumprir a decisão da CPI aqui, de que essa quebra de sigilo seja efetivada o mais rápido possível.
O SR. LEANDRO CIPOLONI – Senador, me permita fazer uma retificação. Eu falei agora há pouco que a investigação da PF é do final do ano passado, começo deste ano. Na verdade, o indiciamento do Ricardo Teixeira aconteceu agora, a investigação, eu acho, estou sem os papeis da Polícia Federal, que ela começou em 2012. Final do ano, começo deste ano, que o Ricardo Teixeira foi indiciado.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem, gostaria de agradecer aqui a presença dos três convidados. Os senhores, com certeza, mostraram aqui a importância e a relevância desses depoimentos. Eu, particularmente, já li o livro e posso afirmar que esse livro é um livro, realmente, bem interessante, conta algumas coisas que poucas pessoas sabem. Se não lerem o livro, com certeza, não irão saber.
Agradeço mais uma vez a todos os presentes, agradeço o Senador Donizeti, Senador Roberto Rocha, Ciro Nogueira, todos aqueles outros que participaram. E não havendo mais nada a tratar, agradeço a presença de todos, convidando para a próxima reunião a ser realizada terça-feira que vem, cai exatamente no dia 1º de setembro, às 10h15 da manhã.
Declaro encerrada esta presente reunião.

(Iniciada às 10 horas e 24 minutos, a reunião é encerrada às 12 horas e 02 minutos.)


Especial: É tudo um assunto só!

Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância impar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, proprina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...




A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?


Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?

O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*

As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.

Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!

O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado


As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar

Luiz Flávio Gomes e sua "Cleptocracia"

Comentários políticos com Bob Fernandes.

Ricardo Boechat - Talvez seja ele o 14 que eu estou procurando...


InterVozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social

Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez

Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!




Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:

Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?

Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.

Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):

Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.

Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.

Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.

Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países?

Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"... 

Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos

Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil

Acompanhando o Caso HSBC IX  - A CPI sangra de morte e está agonizando...





Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):

Acompanhando a Operação Zelotes!

Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.

Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.

Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?

Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.

Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...

Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...

Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?




Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:

KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K

A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!

Revolução no futebol brasileiro? O Fim da era Ricardo Teixeira. 

Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just ) 

Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo


Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...

Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!




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