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terça-feira, 17 de maio de 2016

Jogos de poder - Tutorial montado pelo Justificando, os ex-Advogados Ativistas

A tentativa que faço é entender o atual e complexo cenário político brasileiro.
Já expliquei isso aqui: Seminário de Pauta 2015 da CSB - É tudo um assunto só...

Não é fácil...

Um professor, quando explica uma matéria para um certo aluno e ele não entende, ele fica com coração partido ao ver aqueles olhinhos vagos e então o professor tenta mudar a explicação, em uma linguagem mais acessível para o aluno e ele finalmente entende e aparece aquele brilho nos olhos, maior prêmio para um professor. 

Aqui :UniMérito - Assembleia Nacional Constituinte Popular e Ética - O Quarto Sistema do Mérito  
utilizando um extenso curso a distância (EAD - educação a distância está em moda!) O professor Inairo Gomes tenta mostrar didaticamente como se passa a atual organização político/econômica e financeira no país e no mundo...

Mas é uma aula bem extensa e maçante...

Se você não se adaptou nesse extenso curso, então tente começar com esse tutorial.
É mais dinâmico e atrai mais a atenção, apesar de ter um janela temporal bem restrita: apenas de 2013 para cá...

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O Justificando estreia uma nova websérie sobre poder e política. O Jogos de Poder foi inspirado nos livros de Maquiavel e na série televisiva House of Cards. Os vídeos serão interpretados pelo advogado e jornalista André Zanardo, que comentará tramas e intrigas políticas analisando os objetivos e intenções daqueles que estão no poder. O apresentador teve experiências como Relações Governamentais e como assessor político parlamentar e agora pretende revelar como se desenha as conversas nas antessalas dos gabinetes.
A série não se propõe a focar nos valores morais das ações dos políticos, mas principalmente na forma em que eles procuram se manter no jogo. De forma pragmática, sem rodeios, o filho de Maquiavel torna as telas para desbravar os corredores do Congresso Nacional até os bastidores da mídia brasileira. Para aqueles que gostam de séries como House of Cards, será um prato cheio, afirma o autor.
Os primeiros 5 episódios explicarão o tabuleiro. Eles foram escritos para ambientar os internautas acerca de lugares onde o as peças do tabuleiro são mexidas: no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal e na Imprensa. Já nos episódios seguintes, semanalmente, o Jogos de Poder revelará jogadas e jogadores individuais, explicando passo a passo os acertos e contratempos que podem levar pessoas ao sucesso ou à derrocada política.
Para Zanardo, a política brasileira pode ser mais interessante do que qualquer ficção e as pessoas devem aprender a enxergar as intenções que se escondem por trás do poder. "Em uma política extremamente polarizada está cada vez mais fácil se manipular as pessoas, por isso Maquiavel deve ser resgatado, para desta vez servir ao lado das pessoas comuns", afirma o autor.

Jogos de Poder é um conteúdo original do Justificando e o primeiro episódio pode ser encontrado no site, no Youtube e também no Facebook. 


Jogos de Poder #1   

O Congresso Nacional 

Jogos do Poder, Websérie semanal do Justificando que explora a dinâmica do jogo político, estreia com uma análise do Congresso Nacional, casa que compreende a Câmara dos Deputados e Senado Federal. Apresentado pelo jornalista e advogado André Zanardo, que já teve experiência como assessor parlamentar, a série se inspira nos livros de Maquiavel e na série televisiva House of Cards.

Veja abaixo o primeiro episódio. O próximo que irá ao ar nesta quinta, 17, tratará das bancadas parlamentares:

 Jogos de Poder #2

As Bancadas no Congresso Nacional 

   

No "Jogos de Poder" desta semana, o assunto não poderia ser melhor para entender o momento em que vivemos: "Bancadas e estratégias no Congresso Nacional". O jornalista e advogado André Zanardo faz uma análise profunda sobre o funcionamento do nosso Congresso e a criação das bancadas e os grupos suprapartidários.
Nas próximas semanas, a discussão gira em torno da votação do Impeachment da presidente Dilma. Base aliada e oposição entrarão em uma disputa nunca vista na política brasileira. Você sabe como funciona o Congresso? Sabe o que significa "fidelidade partidária"? Sabe como funciona uma bancada e quais são as bancadas existentes no Brasil? Assista e entenda o jogo:

A série O Jogos de Poder foi inspirado nos livros de Maquiavel e na série televisiva House of Cards. A série não se propõe a focar nos valores morais das ações dos políticos, mas principalmente na forma em que eles procuram se manter no jogo. De forma pragmática, sem rodeios, o filho de Maquiavel torna as telas para desbravar os corredores do Congresso Nacional até os bastidores da mídia brasileira. Para aqueles que gostam de séries como House of Cards, será um prato cheio, afirma o autor.
Os primeiros 5 episódios explicarão o tabuleiro. Eles foram escritos para ambientar os internautas acerca de lugares onde o as peças do tabuleiro são mexidas: no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal e na Imprensa. Já nos episódios seguintes, semanalmente, o Jogos de Poder revelará jogadas e jogadores individuais, explicando passo a passo os acertos e contratempos que podem levar pessoas ao sucesso ou à derrocada política.
Para Zanardo, a política brasileira pode ser mais interessante do que qualquer ficção e as pessoas devem aprender a enxergar as intenções que se escondem por trás do poder. "Em uma política extremamente polarizada está cada vez mais fácil se manipular as pessoas, por isso Maquiavel deve ser resgatado, para desta vez servir ao lado das pessoas comuns", afirma o autor.
Jogos de Poder é um conteúdo original do Justificando e os episódios podem ser encontrados no site, no Youtube e também no Facebook.

Jogos de Poder #3   


Lula, Marina Silva, ou Moro em 2018? 





Essas semanas foram emocionantes na política. Provavelmente, se você clicou neste vídeo, já viu tanta coisa acontecer que também não deve duvidar de um algum destes cenários para as próximas eleições. Lula, Marina Silva, ou Moro: quem deve protagonizar as eleições de 2018? Hoje quero contar um pouco do momento de transição que o Brasil está vivendo. O Mundo está mudando e ele só está mudando porque você está mudando a sua forma de se conectar com as pessoas. Você está de saco cheio de ser representado pelos mesmos políticos, eu entendo. E eu vou te contar o porquê.
Para chegar no cenário atual, é preciso lembrar que você não se comporta como os seus avós e a tecnologia está mudando a forma que você se relaciona com a política. Antes, a política era feita de forma analógica, conversávamos somente com um pequeno grupo restrito de pessoas, como nossos familiares e amigos mais próximos. A política acontecia nas praças públicas e locais em que as pessoas poderiam se socializar e reclamar sobre as coisa públicas da vida. Seu mundo era restrito. A informação que chegava para as pessoas era completamente analógica: você assinava um jornal com todas as supostas verdades da vida e na sua televisão só tinham 5 canais. A informação chegava até você de forma unilateral, sem que você pudesse se expressar e interagir. Naquela época você era um cara completamente manipulável. Isso não mudou muito, mas vamos lá.
Transformação política: do analógico para o digital O seu modo de vida possibilita que, com dois cliques, você escolha o que você quer assistir, escutar, e ler. Isto tudo mudou a sua forma de pensar e está te tornando uma pessoa mais ansiosa, imediatista e por vezes simplista. A política tem um tempo para ser escrita e você está tentando acelerá-la, pois cansou deste formato analógico. Você quer uma política 2.0, eleger e jogar fora com mais dois cliques e um enter.
Transformar a política analógica em uma política digital não é tão simples de se fazer sem que você jogue vários princípios democráticos fora. O caminho será longo até uma transformação completa e saudável. Mas, antes, é preciso entender porque esta ira está consumindo a população.
Em 2011, eclodiu no hemisfério oriental a chamada primavera árabe. Com a abertura das comunicações de redes sociais, jovens utilizaram da tecnologia para se juntar e fazer a "revolução". A onde de protestos e revoltas provocou a queda de quatro governantes na região e trouxe um sopro de democracia para a Tunísia, por exemplo. Já no Egito, os militares tomaram o poder.
Ainda em 2011, inspirados pela primavera árabe, jovens no mundo inteiro saíram às ruas, ocuparam e enfrentaram a polícia em uma tentativa de criticar o sistema financeiro. Reclamavam por uma democracia mais eficiente e menos excludente, cada um com sua peculiaridade. Assistimos o levante do movimento Occupy Wallstreet nos EUA, o 15 M na Espanha e diversos outros países tiveram seus polos de resistência temporários comunicando que não estavam satisfeitos com o sistema econômico e de representatividade política.
Crise de Representatividade e as Jornadas de Junho Em 2013, durante as jornadas de Junho, o Brasil experimentou a potência das redes sociais como instrumento de organização popular. O coletivo MPL estava nas ruas de São Paulo com um objetivo claro: a luta pelo transporte público e o não aumento da tarifa. O governo do Estado massacrou as manifestações e instaurou um período de exceção à democracia. Logo as fotos correram as redes sociais e os protestos ganharam força e a mídia. Em certo ponto, a organização espontânea surpreendeu com um novo movimento em que as pessoas vestiam Verde e Amarelo. Uma multidão indignada saiu às ruas para descobrir o motivo de sua indignação; sem pautas claras, descobriram que possuíam pontos em comum e precisavam se organizar. A corrupção, mesmo que de forma abstrata, foi um catalizador deste pensamento. O MPL, coletivo anárquico organizado pela esquerda, já não era mais o foco. O momento foi aproveitado por forças conservadoras e abstratas. Pela primeira vez a direita adquiriu militância nas ruas e ficou enorme.
Nas eleições de 2014, quase todos os políticos tentaram se utilizar do movimento que explodiu nas ruas em 2013: disseram se tratar de uma legião que de forma autônoma demonstrou não querer ser representada. A esquizofrenia tomou conta do país. Como lidar com uma sensação de libertação de ir pras ruas, querer viver desamarrado dos políticos corruptos e ter que votar em um potencial novo corrupto nestas eleições? Do outro lado, a esquerda se sentiu intimidada com a cooptação das jornadas de junho e se sentiu assustada com o crescimento da violência policial somente para o seu lado.
O racha nas eleições e a crise de legitimidade política A tentativa de digitalizar o processo político foi freado pelo sistema analógico político. As coisas não são tão simples quanto a sua postagem no Facebook. O lema nas eleições de 2014 foi: ninguém pode ficar em cima do muro, ou você é um "coxinha" ou um "petralha". Verde e amarelo versus vermelho. A polaridade nesta relação ficou tão dividida que não importava quem ganhasse, não haveria legitimidade total para se governar.
Para se governar em um Estado Democrático de Direito é preciso que existam dois fatores políticos em seu favor: a legalidade e a legitimidade do seu poder. A legalidade significa ser eleito de forma justa através de um procedimento - eleições, por exemplo. A legitimidade, por sua vez, significa que a maioria das pessoas com poder de exercer uma opinião política tenham votado em você e possam sustentar a legitimidade do seu mandato.
Aqui está o calcanhar de aquiles da nossa crise política: a legitimidade! Muita gente se preocupa somente com a porcentagem de ganho de um político sobre o outro, ou seja, 51,64% para a Dilma e 48,36% para o Aécio. Grande erro! Não se esqueça nunca das abstenções, dos votos nulos e dos votos brancos. Não é porque eles não votaram no seu candidato que não fazem parte do jogo político. Não existe lacuna de poder!
Nas eleições de 2014, 26% dos eleitores somaram os votos neutros, as abstenções, os votos nulos e brancos, sem contar os votos inválidos. É como se um terceiro candidato obtivesse ¼ dos votos!
Isto significa que a legitimidade de governo da presidenta Dilma ficou abaixo dos 50%, com apenas 38% do total de Eleitores. E Aécio atingiu 35,73% deste total. Isto significa CRISE! Não chegamos perto de atingir a legitimidade - e não é o Aécio a salvação. Adicione a esse cenário um congresso conservador que faz oposição à atual presidenta tornando ingovernável o seu mandato e uma pitada de revolta verde e amarela. Está pronto! Chegamos ao ponto de uma eleição que nunca acabou! Estamos ainda buscando legitimidade política para se governar: daí vem o papo de impeachment, parlamentarismo, golpe, etc.
O Impeachment e a antecipação jurídica da corrida eleitoral Finalmente chegamos em 2016. O país está em convulsão. Passaremos por um processo de impeachment, em que Dilma pode cair ou não. O cenário não é muito positivo para ela. E para que ela não caia será preciso muita militância política. Dilma precisará do apoio de movimentos sociais e da esquerda que ela tanto bateu e jogou contra. O cenário é incerto e dependerá de habilidades políticas de articulação do partido. Mas, diante desta crise de representatividade e legitimidade, podemos prever alguns cenários que podem ser analisados com ou sem a deposição da presidenta.
A polarização PT e PSDB tende a atingir o seu cume em breve para depois perder o seu efeito. A busca desenfreada pela punição de políticos, principalmente daqueles que ocupam cargos no executivo, será satisfeita, mas ainda existirá um vazio de que nada irá mudar. A operação Lava-Jato, que simboliza a ambição máxima pela caça aos corruptos, derrubará diversos políticos e fará do Judiciário um órgão jurídico à serviço da política.
Este cenário jurídico/político antecipará as eleições de 2018 para 2016, no qual os atores políticos serão alvos de ações judiciais que possam impedi-los de concorrer em 2018. Ou seja, a oposição tentará minar as chances de Lula concorrer às eleições já em 2016, transformando-o em ficha suja. Já a situação fará de tudo para conseguir uma condenação de Aécio Neves e tirá-lo das próximas eleições. A briga será travada primeiramente nos tribunais.
Aécio, Lula, Marina Silva ou Moro em 2018? Aécio não deve ter muita chance neste jogo, já que a sua militância é instável e o seu único compromisso é tirar o PT do poder e lavar o país da corrupção. Qualquer indício de envolvimento de Aécio com corrupção fará com que ele seja massacrado por ditos "petralhas" e "coxinhas". Se isto acontecer, ele será uma carta fora do baralho. Quem passar na linha de tiro será fuzilado em praça pública como traidor.
Do outro lado, se Lula sobreviver à guerra judicial, permanecer ficha limpa e ainda tiver saúde para lutar, ele será a figura representativa que possivelmente concentrará as forças da esquerda. A sua força poderá aumentar se por acaso Dilma for derrubada do poder. Será quase que uma força de vingança política, uma mensagem de RESPEITEM MEU VOTO. Se isto ocorrer, se preparem: a guerra será sangrenta. O Comando Caça aos Corruptos deixará barato.
Falemos do discurso da terceira via, que poderá agradar ambos os lados. Marina Silva tem se demonstrado uma excelente jogadora nos últimos anos. O discurso de Marina pode ser aceito pela Direita e pela Esquerda. Com sua posição mais ao centro, Marina apenas precisaria adaptar levemente o seu discurso para ter maior penetração. Longe de tentar polarizar, mas Marina procura os insatisfeitos. Se ela abarcar no seu pensamento um viés levemente mais progressista e abafar sua imagem evangélica, a esquerda aceitará a sua imagem como bem vinda em tempos de crise. Já a Direita estará desiludida com a limpeza infinita de políticos corruptos e verá Marina como uma alternativa sem passado sujo, com possibilidades reais de se ganhar uma eleição. Cansados de perder ano após ano, poderão votar em peso para que Marina ganhe. Neste momento, como jogadora, Marina Silva se mantém acertadamente quieta sem se expor. Já dizia um provérbio árabe: o silêncio pode ser o mais eloquente dos discursos.
Agora, o cenário pode ficar ainda mais interessante com a chegada de um novo elemento político. Todas as movimentações do Juiz Sérgio Moro denotam a sua habilidade como jogador político. Sua clara interferência mostra que ele tem um lado nesta história: o lado contra corrupção a todo custo. Utilizando-se de subterfúrgios legais, Sérgio Moro tem conduzido todas as investigações sabendo onde quer chegar. Ele é juiz, é promotor e age politicamente como um bom político. Recentemente, suas ações foram questionadas pela suposta ilegalidade de vazamentos, colocando em risco a sua carreira no judiciário, mas mesmo assim podendo despontá-lo como herói na política. Aparentemente para ele os fins justificam os meios, seja como juiz ou como agente do caos.
Com discursos de efeito e superexposição dos investigados na imprensa, ele é o novo Batman do Judiciário. Um cara jovem, símbolo da moralidade, herói da mídia e tem conquistado cada vez mais o povo brasileiro. Imagina quando ele puder fazer discursos abertamente se dizendo o homem que derrubou os maiores políticos do país. Este é o cara que poderá unir a nação como um novo salvador. Afinal, se tem algo que une a esquerda e a direita é a sede por punição. Quem viver verá!
Essa história já foi vista na Itália em 1992, quando Antonio Di Pietro, juiz em uma província Italiana, desencadeou a operação Mãos Limpas. Eram aproximadamente 35 partidos naquela época e todos ruíram, restando somente 4. Tudo isto por causa de ações judiciais contra a corrupção. Adivinha o que aconteceu? Caos na política e o judiciário protagonizou uma completa varredura no sistema. O Juiz do caso Mãos Limpas, que supostamente varreu o país da corrupção, entrou para a política e foi condenado 10 anos depois pelo crime. Neste meio tempo, forças conservadoras tomaram o Poder. Silvio Berlusconi, um Bilionário Neoliberal, dono de canais de TV e Jornais, virou primeiro ministro Italiano. Com um discurso de que rico não precisa roubar, e levantando a pauta anticorrupção, se elegeu como salvador da pátria e incorruptível. Novamente a história se repetiu e anos depois foi condenado por corrupção.
Vale lembrar que, neste cenário de possibilidades das eleições 2018, ainda existe espaço para muitos outros jogadores importantes, como Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, José Serra e Ciro Gomes. Contudo, isto é assunto para outro Jogos de Poder. Neste episódio, analiso principalmente a crise de representatividade, que é típica dos nossos tempos, e alguns possíveis cenários na atual conjuntura política. Não importa se você é "coxinha", "petralha", ou indiferente às opções postas na mesa, o Brasil está mudando. E tudo isto porque você está mudando a maneira que se relaciona com o mundo da política. As melhores mudanças são precedidas pelo Caos.



 Jogos de Poder #4   


O Pato Gigante das Manifestações 



No Jogos de Poder da vez, falarei sobre uma das maiores sacadas publicitárias dos últimos anos. Sabe aquele pato que está aparecendo em um monte de manifestações pelo país? Esse é o "Pato da Fiesp", também conhecido como o pato do Golpe. Mas antes que você comece a reclamar, não é desse golpe que falo. Falo do Golpe contra você! Acompanhe até o final e explicarei em detalhes como essa campanha aparentemente inofensiva está sendo planejada para te manipular nas próximas eleições.
Era pra ser mais uma campanha inofensiva em que algumas pessoas coletariam um abaixo-assinado e pronto! A petição chegaria até a Câmara dos Deputados, Senado, STF, no Obama, sei lá, e tudo terminaria com uma foto bonitinha, todos fazendo um joinha pra aparecer no jornal e o papo encerraria por aí. No entanto, existe toda uma técnica de marketing político por trás.
Toda essa história começou em 2013, durante as manifestações de Junho na avenida Paulista, em São Paulo. Nesse período, as pessoas aprendiam a lidar com a organização horizontal e espontânea de protestos por meio das redes sociais.
A Avenida Paulista é o maior centro financeiro do Brasil e, por esta razão, as coisas que acontecem lá chamam mais a atenção da mídia do que em outros lugares por aí. No centro desta avenida há algo muito importante para qualquer democracia do mundo: uma praça pública, em que as pessoas podem conversar e conviver. Esse lugar se chama MASP - em cima é um museu e embaixo é um vão livre, completamente aberto, com um super espaço. Ali, as pessoas se reúnem antes de uma manifestação. Esse se tornou um dos locais mais democráticos do Brasil, qualquer um vai pra lá se reunir e ser escutado. E tudo isto se deu por causa da arquitetura favorável e a representação artística que garante sempre belíssimas imagens dos manifestantes quando estampadas nos jornais.
Só que a duas quadras do MASP, nesta mesma Avenida, encontra-se a FIESP, que é é a maior entidade de classe da indústria brasileira. Ela representa o interesse de pelo menos 130 mil patrões em São Paulo. É muito empresário, muito dinheiro, e, portanto, muito poder.
Veja onde está a genialidade aqui. Certo dia, Paulo Skaf, que é um político paulista e presidente da Fiesp, chamou sua equipe e pensou em uma forma de se aproveitar das manifestações que acontecem em frente ao prédio. Ele percebeu que, naquele espaço, acontecem todos os dias manifestações, e que esse povo vestido de verde e amarelo tinha os mesmos interesses que ele. Logo, aproveitou do telão luminoso que preenche toda a fachada do prédio e o cobriu com uma bandeira do Brasil. Tudo isto de forma a ficar bem chamativo. E, assim, a FIESP começou se utilizar do verde e amarelo.
Os símbolos são como armas que servem para significar algo, unir ou destruir. Com esta ação, a FIESP entendeu que estes manifestantes já tinham se apropriado do símbolo da bandeira do Brasil, o verde e o amarelo, e que isto gerava unidade de irmãos de guerra entre eles. A bandeira do Brasil pertence a toda a nação, mas houve uma cooptação muito eficaz deste símbolo. Só que os manifestantes também não imaginavam que este símbolo também seria cooptado pela FIESP, que dominaria os rumos das manifestações no país dali em diante.
E assim foi, desde as manifestações de 2013 até hoje. A FIESP estampa a bandeira do Brasil na sua fachada em todas as manifestações verde e amarelo. Em 2015, eles foram mais longe. Felizes com os resultados trazidos para a imagem da FIESP, fizeram uma campanha nunca antes vista no país. Novamente Paulo Skaf se utilizou da arte e de simbologias emocionais e infantis para dominar a mente de adultos e crianças. A campanha "Não vou pagar o pato" colocou réplicas de patos gigantes na frente da FIESP e no meio da avenida aos Domingos, quando a Paulista estava fechada para lazer.
Todos os dias e, principalmente, em todas as manifestações, a FIESP colocou promoters, pessoas entregando flyers, máscaras de pato, balões de hélio em formato de pato para crianças, etc. Será que uma campanha política, onde se reclama do sistema de tributação excessivo para as empresas, deveria ser direcionada também para crianças? Penso que não. Golpe baixo, mas genial! O que talvez você não saiba é que a jogada de mestre possui ainda um movimento que passou despercebido a todos. A tal campanha do Pato é a arma ideal para a eleição de Paulo Skaf para governador em 2018.
Sim, toda esta parafernalha verde e amarelo e patos gigantes foi criada para coletar emails e informações do público potencial eleitor de Paulo Skaf. Esta sacada Genial é a ferramenta principal da estratégia de Marketing Político para as próximas eleições, dele e de seus amigos. Imagine que agora está proibido o financiamento privado de campanhas, logo as campanhas políticas deverão ser mais enxutas por utilizar menos dinheiro. Entretanto as campanhas estão sendo de alguma forma antecipadas com ações que possam garantir um passo a frente quando o período eleitoral abrir.
São núcleos de Marketing Político financiados por empresas privadas que já estão formatando suas estruturas para as próximas eleições. Como você pode imaginar, se você acha que não vai ter dinheiro de empresas nas próximas eleições, você está enganado. Com um pouco de inteligência não será preciso nem caixa dois, pois os políticos já estão montando estruturas paralelas que não necessariamente exibam o seu nome e número num santinho político. A jogada agora é antecipar as eleições, formatar estruturas privadas, coletar o máximos de dados dos seus eleitores e aparecer bastante mesmo que sem o número da sua campanha. Tenha certeza que nas próximas eleições diversos políticos terão núcleos de ações políticas disfarçadas de institutos, ongs e empresas. É assim que é o jogo!
E onde chegamos nesta história? Hoje as manifestações verde e amarelo não estão com as concentrações sendo marcadas para se reunir na frente do MASP, mas na frente da FIESP. Isto significa que aquela praça democrática agora é um prédio que representa o interesse da maior elite capitalista da América Latina. Todas as manifestações que estão sendo chamadas por estes grupos estão tendo a liberdade de fechar a paulista, com proteção policial do governo estadual. Os manifestantes podem fechar um quarteirão criando uma área de isolamento do prédio, com direito a camarote da Globo e filé mignon servido de almoço para os revolucionários que queiram dormir na frente da FIESP. Só para lembrar, esta é a primeira vez que o governo permite que se feche a Paulista por 36 horas seguidas, sem mesmo precisar de aviso prévio. Normalmente, para outro tipo de manifestante, só de pensar nisso é tiro, porrada e bomba.
Esta infraestrutura é tudo o que se precisa para se criar um polo de insurgência social, assim como uma praça pública como Tahir, que estava ocupada todos os dias. Esta é a intenção da FIESP, que o seu prédio vire o símbolo que trará a mudança para o país. Ou seja, qualquer notícia mais inflamada no jornal nacional, todos saberão para onde ir.
Explicada toda a estratégia, fica aqui uma reflexão: na história, a FIESP estava do lado errado em 1964. É uma empresa que está se utilizando de cooptação de manifestações, e artimanhas políticas para interesses questionáveis. Defende manifestações e faz campanhas a todo momento contra a corrupção. Me explique um detalhe, Paulo Skaf, QUEM VAI PAGAR O PATO que você está utilizando como símbolo da sua campanha?
Nos últimos dias, o jornalista Ricardo Senra, da BBC, apresentou a denúncia do artista plástico holandês Florentijn Hofman, o qual reclamou os Direitos Autorais sobre o modelo do Pato utilizado pela FIESP. O pessoal da campanha disse que o pato não tinha nada a ver com àquele do artista, e que, na verdade, a inspiração tinha sido em patinhos de banheira. Entretanto, a BBC entrou em contato com a fábrica que fica em Guarulhos, que produziu o pato para o artista plástico holandês, e adivinha! Trata-se da mesma fábrica que fez os patos da FIESP. Feito nos mesmos moldes e especificações técnicas de acordo com o artista plástico.
A campanha quem vai pagar o pato, somente no dia 29 de março, comprou 14 páginas de anúncio em pelo menos 4 jornais no Brasil. Pelo preço de tabela, somente no Estadão e na Folha o valor do anúncio não saiu por menos de 5 milhões. Façam as contas! E aí, Fiesp, diferentona, salvadora da corrupção, quem vai pagar o pato para o artista plástico holandês? Apesar de tudo isto, se você ainda acha que a campanha é boa, tente explicar para um amigo gringo que você estava com um pato gigante no meio de uma manifestação sem parecer ridículo. Boa sorte!
No Jogos de Poder de hoje falamos sobre como os símbolos são utilizados para cooptar pessoas e movimentos e sobre como algumas campanhas podem esconder intenções políticas mais profundas. Meu nome é André Zanardo, me chamam de filho bastardo do príncipe. Nos vemos nos próximos Jogos de Poder.

Jogos de Poder #05  

Chame atenção a qualquer custo / Inimigos  





Jogos de Poder #6


5 habilidades escondidas em TODOS os políticos 



Não há nada mais chato do que conversar sobre política com uma pessoa e escutar, duas frases depois, que o que devemos é “trocar todo mundo”, que “só tem corrupto”, ou então que ainda “vai nascer o cara que vai colocar isso aqui em ordem."
Esse tipo de resposta mostra duas características sobre alguém: desespero e falta de conhecimento sobre como funciona a política. Este texto é para você compartilhar com seus amigos que se encaixam nesse perfil.
Quais são as habilidades de um político? Política é uma arte complexa, que exige conhecimento sobre as paixões humanas e as regras do jogo burocrático. Por que os políticos parecem ser sempre iguais? Quais são as habilidades escondidas por trás de TODO político?
Todo político tem um perfil, cujas habilidades dependem da área em que vai atuar. Essencialmente, são 5 habilidades, e é muito possível que o político que você mais ama ou odeia tenha todas elas. Vamos lá.
1. A primeira habilidade é de formar opiniões. Os Formadores de Opinião devem ter habilidades para pautarem assuntos, proporem novas ideias, são referências para determinados temas e podem até mesmo serem personagens que dão respaldo na criação de novas leis. Eles são uma espécie de pautadores de assuntos.
2. Em seguida, a característica em jogo é ser um bom orador. Os Debatedores possuem habilidade de lidar com as discussões de forma magistral: conseguem defender os seus pontos com firmeza, normalmente são extrovertidos e sabem trabalhar muito bem com a mídia. Estes políticos estão sempre presentes nas notícias e sabem tirar proveito da conjuntura política para afirmarem seus pontos de vista e se saírem bem com seus eleitorados.
3. Também é preciso ser técnico e genial para a criação de novas leis. Os Formuladores devem saber o que é e o que não é possível legislar. Devem saber escutar seus colegas e viabilizar textos que consigam aprovação no Congresso. O perfil destes políticos é o pragmatismo e a eficiência de transformar aquilo que é etéreo em realidade.
4. O quarto grupo é daqueles que sabem trabalhar no backstage político. Os Articuladores costumam ser respeitados ou temidos por trás das cortinas. São parlamentares com excelente trânsito nas diversas correntes de opiniões. Costumam ser lobos da política, com grande facilidade para interpretar o pensamento da maioria. Eles sabem mover as peças certas e criar as condições para o consenso. Muitos deles exercem um poder invisível entre seus colegas de bancada, sem aparecer na imprensa ou nos debates de plenários e comissões. Muitas vezes estes são os caras que você sempre ouve falar, pois estão em altos postos do poder. Contudo, evitam a exposição a todo custo.
5. Por fim, mas não menos importante, é preciso fazer a interlocução de conflitos. Os Negociadores são como mediadores do jogo político. Geralmente ocupam cargos de prestígio, sendo líderes ou vice-líderes partidários. Eles são aqueles parlamentares que possuem autoridade e legitimidade para firmar e honrar compromissos. Se eles sentam à mesa de negociação, com certeza estão respaldados para tomar decisões. Os “Negociadores” costumam ser parlamentares experientes e respeitados por seus pares. Sabem exatamente onde termina o tabuleiro e os limites de suas concessões. São habilidosos em conhecer quais são as ambições e aspirações dos seus interlocutores, para assim estabelecer a sua tática de convencimento.
O jogo começa Extrema esquerda e extrema direita
No Legislativo, os políticos de extrema esquerda e de extrema direita costumam ser os caras que pautam o tabuleiro e determinam onde o jogo começa e termina. Dificilmente alguém vai além destes personagens. Eles tendem a ser bons Formadores de Opinião e excelentes Debatedores. Sua intenção, normalmente, não é de aprovar leis - até porque costumam ter baixíssimo índice de aprovação. No entanto, costumam ser fiscalizadores da oposição, e sempre jogam o argumento em um tom acima para conseguirem barganhar a aprovação de projetos de leis para o seu lado. Para serem efetivos, precisam, ao seu lado, de políticos com posições mais centrais.
Os formadores de opiniões e debatedores são imprescindíveis no jogo democrático, pois normalmente não possuem “papas na língua” e nem medo de se indispor com ninguém. Se concorrem a algum cargo no Executivo, por exemplo, não estão interessados em serem eleitos - desejam mesmo é pautar o debate e crescer politicamente.
Frase que simboliza os jogadores que estão nesta posição: Agite as águas para atrair os peixes.
Centro esquerda e centro direita
Nestas posições estão os idealistas que tentam ser eficientes por eles mesmos. Diferentemente daqueles das extremidades, já possuem características que possibilitam uma atuação em cargos do executivo. Os políticos de centro esquerda e centro direita podem ter as habilidades dos extremistas, mas não podem se expor demais; são mais contidos e ficam em uma posição confortável para serem excelentes articuladores, negociadores e formuladores. Os políticos com este perfil podem ser muito habilidosos no jogo político e inclusive podem galgar altos cargos sem deixar de serem idealistas. Costumam ser pragmáticos na sua visão de mundo, mas criticados muitas vezes pelo fisiologismo e por prezar pela governabilidade da sua gestão.
A frase que mais se assemelha a esta posição é: Para enfrentar longas batalhas é necessário estabelecer uma coalisão. Junte-se com outros jogadores que possuam inimigos em comum.
Centrão
Para finalizar, temos o centro. São personagens sem ideologia bem definida. Parecem inconsistentes politicamente, mas são políticos muito valorizados na hora de compor os votos. Eles costumam jogar no lugar em que o poder está e muitas vezes controlam as cartas do jogo, pois são exímios articuladores e negociadores. Eles podem ser bons também em formular projetos de leis fazendo a leitura de ambos os lados. São mestres em articularem por trás das cortinas e normalmente ocupam diversos cargos no poder executivo. São essenciais para os partidos com posicionamentos definidos para compor maioria no congresso e viabilizar ações do executivo. Em regra geral, quanto maior a divisão do jogo político, maior poder esses caras têm.
A frase que simboliza os centristas é: Pense o que quiser, mas se comporte como os outros. E faça os outros jogarem com as cartas que você oferece.
No Jogos de hoje você entendeu um pouco mais sobre como funciona a mente de um político e como ele se comporta no tabuleiro. Se você gostou do episódio de hoje, não esqueça de compartilhar com os seus amigos. Eu sou o André Zanardo e me chamam de filho bastardo do príncipe. Nos vemos no próximo Jogos de Poder.

Jogos de Poder #7   

A Manipulação em 100 Capas da VEJA 


Excelentíssimos! Hoje, vou lhes mostrar 100 capas da revista VEJA, de Junho de 2013 até hoje. A semiótica destas capas lhe ajudará a entender um pouco sobre como funciona a manipulação de conteúdos e porque estamos onde estamos neste momento. Veja que não é à toa o porquê da mídia internacional estar criticando tanto o jornalismo brasileiro. Contudo, vamos ser bem objetivos, afinal nada mais clichê do que falar que a mídia manipula. Isto todo mundo sabe, mas o problema é que nem todo mundo vê. O importante é saber na prática.
Antes de começar, ressalto que as informações que eu vou mostrar são só a ponta do iceberg. Comentaremos apenas de passagem, observando a semiótica das capas desta que é a revista mais vendida do Brasil. Trata-se nada mais, nada menos, do que um dos veículos de comunicação que mais pautam o jornalismo do Brasil, junto com a Rede Globo.
Esta revista tem alguns pressupostos observáveis logo de cara:
- O mundo é regido pelo certo e errado; o bom e o mau, nós contra eles, os verdadeiros brasileiros contra os não verdadeiros.
- A corrupção é o maior mal do Brasil, tudo decorre disso e o PT sempre estará envolvido.
- Qualquer dia um herói aparecerá para salvar o Brasil. Precisamos descobrir quem é.
- O sistema de justiça só funciona através da punição. Portanto, para melhorar o mundo, é preciso punir cada vez mais.
- Livre mercado sempre e Estado somente para salvar o mercado.
As táticas mais recorrentes de manipulação 1) Ela sempre será maniqueista e dirá o que é certo e o que é errado. Não abre espaço para reflexão do leitor.
2) A solução é sempre simples e existe um comando de ação imediato para um problema: prender ou eliminar alguém.
3) Os leitores da Veja devem culpar e perseguir aqueles - os brasileiros “desinformados” - que não seguem as diretrizes da revista. O inimigo mora ao lado; vigiai.
4) Problemas que não sejam aqueles vistos pela VEJA são secundários. A agenda de ação deve ser simples e clara. O leitor deve saber exatamente o que fazer depois de terminar de ler uma matéria.
5) O controle dos leitores é feito através de uma narração gradativa. Um inimigo nasce aos poucos, construído como em uma história infantil.
6) Tática da tortura: não deixe o torturado desmaiar ou morrer. Ou seja, sempre mantenha o seu leitor alternando entre o medo e a esperança. Mas, claro, com muito mais medo.
Nesta análise, nós vamos passar por 7 períodos de relevância histórica para a revista que aconteceram entre 2013 e este ano. Vamos passar pelas manifestações, o julgamento do mensalão no STF, Copa do Mundo, Eleições de 2014, Petrobrás, Lava-Jato e Impeachment. Nestes períodos, a VEJA se preocupa em passar mensagens muito claras, nunca levando o leitor a uma reflexão, mas afirmando posições que a coloca como autoridade ideológica, capaz de manipular os rumos do país. Posicionamento que coincide com quase todas as mídias brasileiras.
MENSAGEM n˚1: O GIGANTE ACORDOU
Durante os protestos de 2013/2014, a Veja tentou a todo momento cooptar o movimento e direcionar seus interesses, para o combate da corrupção. Determinou quem seriam os inimigos, fez o possível para demonizar os Black Blocs para depois “linká-los” com o PT. Tentou, mas não conseguiu - até porque não fazia o menor sentido. Entretanto, perseguiu os manifestantes que não eram verde e amarelo, criando o esteriótipo de que todos esses outros eram vândalos. Sabendo que as manifestações estavam surtindo efeito, se desesperou quando o governo cogitou por um plebiscito para reforma política. O instrumento foi ironizado de tal maneira que muitos duvidaram se tratar de uma capa de uma revista séria.
MENSAGEM n˚2: O BRASILEIRO ESTÁ DE SACO CHEIO
A crise é de confiança, em tudo e em todos. O leitor imagina: se a maioria dos outros leitores se sentem assim, então está na hora de trocar os agentes políticos do poder. Brasileiros são somente aqueles que a Veja diz ser.
A revista mostra que todos estão pedindo socorro e já passou da hora de terminar com o ciclo populista e corrupto. A conclusão da mensagem? Estamos diante de um cenário totalmente desesperançoso, em que o Estado é o único a devorar as riquezas da nação, não permitindo que o empresário cresça de jeito algum.
MENSAGEM n˚3: OS INIMIGOS DO PAÍS DA CORRUPÇÃO SÃO LULA, DILMA E O PT
Em quase todas as capas a Veja utiliza recursos semióticos para ligar os padrões e esquemas de corrupção ao PT. Nelas, o esquema é sempre o mesmo: uma foto dos inimigos com uma expressão de “poucos amigos” e um fundo escuro, que dê caráter demoníaco para alguns personagens. Fogo, explosões e raios também são ótimos para expressar algo que está sendo destruído. A ideia de bem e mal é revisitada todas as vezes.
Em outras capas, o inimigo está sozinho - para tentar enfraquecer o poder da oposição. Afinal, poder é, em grande parte, movido pela confiança. Quebrar a aliança de confiança do inimigo com seus “seguidores” já é um grande passo. Por isso todas as delações premiadas são comemoradas e escandalizadas. Quando a revista denuncia o vazamento de algum documento, informação sigilosa ou comunicação entre políticos, as capas procuram sempre mostrar ao leitor que este verá provas e documentos irrefutáveis, no melhor estilo CIA e FBI.
Em outros momentos, quando as capas agressivas já não mais convencem, a comunicação muda para a ridicularização do opositor com toques humorísticos, a fim de ganhar o leitor.
Na média, é um padrão que oscila entre: “veja como somos brasileiros vira-latas, não chegando nem perto dos americanos” para “podemos prosperar e sermos mais ricos se executarmos os comandos dados pela Revista”.
MENSAGEM n˚4: PRESSÃO NO JUDICIÁRIO E A IDEIA DE PUNIÇÃO
Em diversas capas, a Veja exerce grande pressão sobre as instituições judiciárias, seja elencando heróis, colocando em xeque as decisões dos juízes, ou forçando a ideia de que provas ilegais são legais.
A preocupação é mostrar que a justiça é feita através da punição, e para se punir basta a vontade dos juízes e não necessariamente da lei. O pressuposto é que os juízes devem temer serem criticados pela revista, mas se colaborarem serão heróis nacionais. Estimula-se a sensação eterna de que o Brasil é o país da impunidade.
MENSAGEM n˚5: HERÓIS DO POVO BRASILEIRO
Tenta-se criar heróis a todo momento. Heróis advindos do Judiciário, populares que tenham afinidade econômica com a revista, representantes políticos com capacidade de enfrentar o PT, ou até mesmo reforçando a ideia de que a população pode assumir o papel heróico e enfrentar seus inimigos.
MENSAGEM n˚6: LULA NA CADEIA
O líder máximo da oposição da Veja é o Lula. Este é o maior inimigo a ser combatido. Antes das eleições de 2014, a revista ainda mantinha o mínimo de discrição, mas, depois de não conseguir emplacar outro candidato nas urnas, sobe o tom e veste o ex-presidente de presidiário, expondo-o como o “monstro” a ser combatido. A comunicação é tão abusiva que margeia os limites da liberdade jornalística para até possíveis cabimentos jurídicos, civis e criminais.
MENSAGEM n˚7: IMPEACHMENT DA DILMA É NECESSÁRIO
O possível impeachment da presidente Dilma já vinha sendo ventilado desde 2014, no pós eleições. A Veja jogava lenha na fogueira, para o fogo queimar mais rápido. Em 2015, começa a assumir publicamente a ideia, dando forças para o grande protesto do dia 15 de março. Em setembro, mais feroz, pública uma entrevista com o vice-presidente Michel Temer, o qual questiona a popularidade de Dilma - "com essa popularidade, Dilma cai", disse. Desde então o tema é requentado e reativado de diversas formas, como um mantra. As capas todas as vezes mostram Dilma como uma mulher fraca, sozinha e dependente de Lula. Em contraposição à presidente, nas outras semanas a revista frisava a existência de “personagens de sucesso” homens, que disputavam seu poder, afirmando seu fracasso como maior líder do povo. E é claro que, dentro deste jogo, quanto mais a imagem do Lula era destruída, mais a imagem de Dilma era jogada no poço.
Basicamente, a manipulação da Veja opera através do controle do medo, da utilização das emoções, dos simbolismos, e através de uma comunicação simples, clara e de fácil compreensão para que qualquer um possa entender como deve agir. Não há nada de muito sofisticado nesta metodologia de manipulação, mas ainda funciona para a maioria dos leitores.
Semana que vem tem mais, mas dessa vez eu quero retratar o jogo político através do ponto de vista de apenas um lado do tabuleiro. Peças brancas ou peças pretas? Quem você quer ver no próximo Jogos de Poder? Falarei sobre quais são as possíveis estratégias neste momento político sob a ótica do PMDB, ou poderei falar sobre a ótica do PT. Comente abaixo, não se esqueça de se inscrever no canal do Justificando no Youtube e assine o nosso feed no Facebook.
Ah! E não se esqueça de deixar o seu comentário. PT ou PMDB?
Meu nome é André Zanardo, e me chamam de filho bastardo do príncipe. Nos vemos nos próximos Jogos de Poder.


A Jogada de Temer e PMDB - Jogos de Poder #8

Neste Jogos de Poder fizemos uma análise do governo Michel Temer a partir de uma perspectiva maquiavélica. Quanto este governo é capaz de se sustentar no poder? Quais são seus pontos fortes e pontos fracos? O que diria Maquiavel ao Michel Temer para que pudesse enfrentar as dificuldades e governar o Estado?



Excelentíssimos, o Jogos de Poder desta semana, a pedidos de vocês, traz uma análise minuciosa da política do PMDB agora na Presidência da República. O que diria Maquiavel se fosse conselheiro de Michel Temer? Quais são as jogadas possíveis do PMDB, pontos fortes e pontos fracos? Temer tem se apresentado como aquele capaz de construir a união nacional e o diálogo. Sua intenção é criar um ambiente de otimismo. Isso é possível? Como se comportarão os seus inimigos? Esse jogos de hoje é pra Frank Underwood nenhum botar defeito.
Quem é o PMDB?
PMDB é um partido vindo da oposição maquiada na ditadura militar e tem como vantagem sua capilarização nas mais variadas regiões do país. Em 1989, durante a redemocratização, com a vitória sobre os militares, não faltaram concessões de rádio e TV dadas a políticos do PMDB Brasil afora, o que tornou o partido muito bom de voto. Desde muito, é conhecido pelo seu fisiologismo, isto é, compõe com seja-lá-quem-estiver-no-poder. Dentre seus políticos, as linhas ideológicas são predominantemente de centro e centro-direita.
Quem é Michel Temer?
Temer é Presidente do PMDB há 15 anos, conhecido como um dos caciques do partido, articulador de alto escalão, mas ruim de voto. Seu perfil ideológico é tido como utilitarista, liberalista econômico de centro-direita.  Advogado, Professor de Direito Constitucional, foi Maçom por mais de uma década e apresenta abertamente um pensamento também religioso. Seu discurso é amigável ao eleitorado conservador, detentor do capital financeiro e donos dos meios de comunicação.
Partindo da posição central, de articulação nos bastidores, agora o PMDB vai ser testado no comando do executivo nacional. As técnicas de jogo mudam completamente e as habilidades exigidas são outras. Existe o risco do teto de vidro do PMDB cair diante da exposição e excesso que exige uma presidência em épocas de crise. E não faltam inimigos para jogar pedra e, agora, até para bater panela. Eles já demonstraram saber jogar longe dos holofotes, será que saberão jogar super expostos? Talvez para fazê-lo eles deverão se inspirar em figuras conservadoras e enfrentar os períodos de tribulação com mão de ferro e baixa popularidade. A escolha para o futuro de Temer está entre ser temido ou amado. Se mover de um extremo para o outro durante uma fase de indecisão interna e disputas de poder pode ser perigoso. Mas, para ganhar o jogo deve fazer o que sabem de melhor: manter-se em adaptativa centralidade.
Provavelmente dentro do lema Ordem e Progresso, a preocupação principal é o controle de distúrbios civis e austeridade. Os cortes de ministérios já começaram e eles representaram uma redução econômica simbólica, mais para demonstrar ação do que para uma economia efetiva. Como se sabe, muito da política são símbolos: "Não pense em crise, trabalhe." Como um bom liberal, este é o recado do presidente: resolva você mesmo o problema!
Em entrevista, Temer assumiu a ideia de que as crises são movidas muitas vezes por falta de confiança. E, por óbvio, podem ser insufladas em uma espiral pela grande mídia, e para combater este mal ele fez este slogan. Não pense em crise. Não pense! Trabalhe. É mais ou menos o que o Lula fez durante o seu governo, mas sem o mínimo de delicadeza. Lula fez questão de garantir a confiança do povo e dizer que o Brasil poderia ser primeiro mundo e o brasileiro deve ser orgulhoso do seu país. A confiança projetou o Brasil e, de certa form,a por um tempo embalou. Temer é mais seco. Não pense, trabalhe. São estilos diferentes que visam a mesma objetividade.
Como principais aliados, Temer pode contar em princípio com a Rede Globo e o Grupo Abril, pois certamente possuem muito a perder com uma eventual volta do governo petista. Entretanto, outras mídias ainda não marcaram muito a posição se farão as vezes deste governo. Pode-se dizer que as linhas editoriais estão de sobreaviso, esperando uma sinalização mais firme da população. Por ora, aparentemente, a linha que vender mais jornais leva o jogo. As redes sociais serão determinantes no processo de posicionamento editorial das grandes mídias. Do outro lado, parte das mídias independentes já se posicionaram contra o Temer, inclusive diante dos cortes de Ministérios relacionados a comunicação social e com a incessante sinalização de cortes de verbas de incentivo. As mídias independentes estão sob ataque e a comunicação do governo já está sendo inteira trocada. Até mesmo a área de jornalismo pública, que veicula matérias que costumam pautar a grande mídia, como a EBC.
O cenário para a gestão interina e possível continuidade até 2018 é calamitoso. No momento, se a legitimidade de Dilma era baixa, o presidente tem falta de legitimidade política completa. Não falta só legitimidade como também se questiona a legalidade do procedimento de impeachment que está a ocorrer sob a batuta do PMDB. Este governo terá que conviver com uma necessidade latente de tomar medidas impopulares para corrigir os deficits econômicos acumulados nos últimos tempos. Agora, o governo Temer deverá fazer abertamente tudo aquilo que o governo Dilma disfarçava para fazer e evitar ser comparada com um governo economicamente liberal. A agenda é em parte parecida, tanto que 60% dos ministros já o foram em governos petistas. Temer não tem a máscara do viés progressista para se esconder, pelo contrário, ele já parte taxado de alguém que não se deve confiar, seja pela esquerda, quanto pela direita.
Do mesmo modo, pode-se dizer que governos hereditários encontram menos dificuldades em se manter, já que o bastão foi passado por um político do mesmo partido e o povo já está habituado com o modo de agir do político anterior. Isto acontece pois para governar minimamente em uma gestão continuada basta não transgredir os costumes do anterior e lidar de forma prudente com as circunstâncias à medida que surgirem. Fazendo isto, qualquer político com poderes medianos mantém seu estado. Não é o caso da troca de PT para PMDB. Para atingir o êxito, Temer deve pregar a necessidade de mudança, mas não pode mudar muita coisa ao mesmo tempo. E se precisar agir, que faça mudanças dolorosas rápidas e bem feitorias vagarosamente. Às vezes, pode-se conquistar muito mais praticamente não fazendo nada. Mas ele deve ter muito cuidado: se ele fizer o mal rápido, mas de forma desmedida, corre o risco de, em meio a tanta impopularidade, cair de vez.
No caso do governo Temer, ele não só terá que governar em um cenário de violenta oposição, mas também duplamente perseguido. Se ameaçar eleição em 2018 não só a base do PT, mas também a do PSDB tratarão de aniquilá-lo sem contar os outros partidos. No caminho da tomada de poder da presidência, Temer e o PMDB feriram muitos inimigos. Também não será possível manter na máquina pública os amigos que lhe colocaram lá no Gabinete da Presidência. Isto normalmente ocorre porque os aliados não costumam se satisfazer depois de uma tomada de poder ou uma revolução. Disputas por cargos tendem a gerar fragilidade entre aliados. Provavelmente, o PSDB dificilmente ficará satisfeito. Será difícil agradar de forma equânime os 3 caciques: Alckmin, Serra e Aécio. E o pior disso para o PMDB é que não é possível ignorar, eliminar ou tomar medidas drásticas, pois agora estão vinculados. O partido pode ter cometido um erro estratégico de ter se unido a um aliado tão ou mais forte que ele. Na hora do racha aliados são mais perigosos que inimigos declarados.
Como articulista de mesa fina, de perfil aristocrático, será difícil Michel Temer ter sucesso ao conversar com as massas, pois se já não inspira confiança nem entre a classe política, imagina com parte da população o taxando de golpista dia e noite. Outra fraqueza do PMDB é não poder contar com nenhum tipo de militância a seu favor, pois não construiu isto em nenhuma jornada de luta popular. Pelo contrário, dependendo dos humores midiáticos terá uma horda de manifestantes verde e amarelo pedindo sua cabeça e com certeza toda militância de origem progressista levantando a corda. Para evitar este cenário, uma pequena vitória rápida pode gerar confiança entre os aliados, enfraquecer os inimigos, demonstrar habilidade e parecer audacioso. Em um estágio de crise avançado, não é preciso muito para animar as pessoas.
Algumas inabilidades políticas podem colocar o governo em saia justa, por exemplo, diante do fato de até então não ter colocado nenhuma mulher em um ministério. Ou ainda, mais recentemente ter dito que colocaria sua esposa Marcela para cuidar de toda área social do governo. De alguma forma, isto poderia denotar uma relação monárquica em que a mulher do rei agrada o povo, dá esmolas e diz que cuida dos pobres. Este comportamento não será aceito, pois o cuidado do social, principalmente na área de Direitos Humanos, é a marca que legitimou as eleições de 2014 e o propósito para ter colocado o PT no poder. A indignação das pessoas ao perceberem que ele não tem tato para esta área da política poderá acelerar ainda mais a sua queda; portanto, ele deve evitar cometer deslizes nas áreas sociais e buscar ser muito melhor assessorado.
Neste momento o PT é capaz de arriscar tudo em uma luta. Isso os coloca em extrema vantagem. Eles não têm nada a perder. Reconciliação está fora de questão, somente um pode ganhar. E contra um inimigo deve-se ganhar completamente. Ambos os jogadores estão com todas as fichas na mesa. All in. Para a oposição ao governo interino, pode-se atacar da seguinte forma: wem um governo coeso e experiente, em um momento de crise, basta atacar a imagem pressionar o príncipe, prendê-lo contra a parede para que as estruturas sejam testadas, os egos inflados e os erros cometidos. Nada enfraquece mais o seu aparato de poder, de forma irreversível do que a desintegração da sua coesão interna.
Analisando o jogo a partir da perspectiva maquiavélica e adequando ao personagem e estilo de jogo do Michel Temer, para que ele saia bem sucedido deverá criar uma atmosfera de Temor e se colocar como ponto de estabilidade. Suas primeiras ações devem ser uma auditoria da gestão petista, para não só dizer que a culpa da crise não é dele, mas para afundar o PT. Ele deve conseguir vender ao povo uma luta contra um inimigo em comum, seja qual for este inimigo, desde que una a nação.
Durante a crise, o presidente deve tirar o foco da presidência e utilizar o tempo ao seu favor; esperar a poeira baixar e evitar batalhas desnecessárias. O tempo pode curar as feridas sozinho. Ele precisa conseguir desmantelar a mídia opositora, enfraquecer todos, bem como retirar as metodologias de análise do governo. Números oficiais devem ser maquiados e não passíveis de uma controladoria interna. A crise deve ser abafada com um punho de Ferro.
A oposição ao governo deve ser tachada de desordeira e vândala, que não comunga com o espírito de progresso. Com o tempo, depois de controlado o povo, a austeridade pode fazer caixa e gradualmente retornar em forma de benfeitorias à população. Para completar o governo deve abrir portas para o parlamentarismo, para garantir mais poder para o PMDB depois que largar o poder. Quanto ao lidar contra os seus inimigos, como disse Napoleão Bonaparte: para conquistar a última vitória você precisa ser impiedoso. Ou seja, vale tudo, desde que sorrindo na foto ou com uma decisão judicial.

Nos Jogos de Poder da semana que vem você poderá escolher entre o papel do STF no momento atual, ou a guerra de comunicação entre defensores ou opositores ao impeachment. Comente aqui embaixo o que você quer ver na semana que vem e não se esqueça de seguir o nosso canal do Youtube e o nosso Feed de notícias do Facebook, pois só assim você verá o programa da semana que vem. Eu sou o André Zanardo, me chamam de Filho Bastardo do Príncipe. Nos vemos no próximo Jogos de Poder.


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Jogos de Poder #9 - O papel do STF no impeachment



Recebi muitos, mas muitos pedidos para eu fazer esse Jogos de Poder. Foram muitos mesmo. No capítulo de hoje, falo sobre a atuação simbólica do STF no impeachment. Assista até o final porque vou mostrar como o STF e o Judiciário tem um papel fundamental para legitimar tanto um procedimento legal quanto um golpe. E eu vou provar por A+B que o STF tem a capacidade de fazer colar a verdade que quiser.
Em tese, o STF teria um papel constitucional mínimo na atuação do Impeachment. Seriam participações meramente burocráticas e de forma nenhuma ele deveria ser escalado para protagonista. Em suma, de forma objetiva, deveria apenas ditar os procedimentos e cuidar de recursos que tratassem sobre irregularidades. Basicamente, o STF não deveria ter vontade política, compreende?
E agora, no final do procedimento, que é o caminho que estamos chegando, a participação do judiciário é simbólica. As sessões dentro do Senado serão mediadas pelo Presidente do STF, de forma a representar uma figura que garantiria a sobriedade e lisura dos procedimentos.
Traduzindo para o bom português, a função que o STF e o Judiciário têm nesse procedimento é dar um caráter de legitimidade. Na linguagem de rua diria que seria passar o pano, seja para legalidade ou para o golpe.
Se você entendeu, qual é o papel principal do STF neste procedimento? Não precisa responder ainda. Primeiro, imagine um homem vestido de mago, cujo lugar é a cadeira mais alta do salão; ele tem a fala mais erudita de todas, e, quando chega, as pessoas devem se levantar. E mais, este homem tem o curioso poder de escrever em um papel e tudo o que lá está escrito, como em um passe de mágica, faz que as pessoas aceitem ou deixem de fazer coisas.
E agora, entendeu? Quando um ministro do STF adentra ao recinto do tribunal e todos levantam, você não está levantando para o indivíduo, mas para a toga que veste e o papel que vai desempenhar. Com isso, você está se erguendo diante de um personagem mitológico: alguém conhecedor de todas as verdades; perante ele, você intuitivamente age como uma pequena criança diante do pai, ou alguém que fala diretamente com Deus.
A linguagem dele é elitizada e sua postura é autoritária. Eles se utilizam de signos de poder que lhes conferem respeito por se distanciar de você, um mero mortal. Esta investidura de poder cria uma falsa sensação de que eles são seres assexuados, apolíticos e sem paixões. Amigo, você praticamente está diante do Oráculo de Delfos. Só que você não tinha percebido até agora. Veja como é perfeita a imagem do judiciário na legitimação de um procedimento de impeachment, por exemplo.
É exatamente por isso que quando a batalha de comunicação passa a virar e o discurso de golpe começa a colar, imediatamente a Globo vai entrevistar os ministros do STF. Daí eles fazem aquela pergunta idiotizadora, mas nada ingênua: "Impeachment é golpe?" A resposta é muito óbvia, "é claro que impeachment, por si só, não é golpe". Mas a pergunta ela para aí, não avança para o caso em concreto. O jornalista sordidamente pergunta somente acerca do instituto impeachment e entrevista se encerra.
Por que aceitamos essa autoridade simbólica? Para as pessoas, o mundo é muito instável, são muitos conflitos sociais e alguém precisa refletir a figura da ordem para dizer o que é e o que não é correto. Procura-se um ator que seja revestido em um manto de imparcialidade, conhecedor de uma ciência jurídica, de um saber capaz de equilibrar uma balança e produzir justiça. E as pessoas aceitam isto, elas precisam de uma autoridade para guiar as suas liberdades coletivas.
Em outras palavras, criamos um mito, um discurso cuja função é esvaziar aquilo que é real e pacificar as consciências, fazendo com que os homens se conformem com a situação que lhes foi imposta socialmente, e que não só aceitem como veneram as formas de poder que engendram esta situação. Lembra do Matrix? Pois é, a sociedade escolheu a pílula errada. E por isso, o juiz enquanto Estado vai procurar te manter passivo, neutro, porque do contrário você se torna violento e perigoso. Repare, a verdade de fato já não importa mais, importa é que você aceite a sentença do Estado docilmente.
O procedimento do impeachment funciona assim, canalizado por meio de diversas burocracias e rituais para dissipar a violência e a agitação popular, pois parte da sociedade está insatisfeita. A intenção é produzir um procedimento de colheita de provas em busca de uma verdade que traga a pacificação social. Trata-se de uma maneira regulamentada de fazer a guerra. Tudo é muito lento, mas muito intenso. O clima esquenta e acalma, esquenta e acalma, as partes ficam esperançosas com o resultado e a sociedade esquece da violência pois está demais envolvida assistindo a um grande espetáculo. Meus amigos, neste momento você foi pacificado.
Agora, analisando a técnica, vamos falar de Direito. Veja só como o procedimento de impeachment da nossa Constituição é complicado e existem falhas graves: em primeiro lugar, para se requerer um impeachment é necessário que anteriormente haja um crime de responsabilidade, ou seja, um pré-requisito técnico-jurídico.
Em segundo lugar é preciso que haja uma reprovação social quanto ao ato do crime de responsabilidade, que seja grande o suficiente para deslegitimar socialmente a presidência da república. Esta é uma análise política, na qual são cabíveis o puro achismo e as vontades políticas.
Mas daí você deve estar pensando: mas quem vai analisar a questão jurídica é o STF, ou algum técnico competente? Não, surpreendentemente não. Na verdade quem vai julgar se houve ou não crime de responsabilidade é o Senado, ou seja as coisas são "legalmente" confusas. O STF tem um papel legal quase figurativo, como disse antes, apenas para dar uma cara de legalidade para as coisas. O presidente do STF vai presidir a sessão do Senado, mas só isso; ele é puro mediador, mas com autoridade prática limitadíssima.
Pra você ver, a exigência do crime de responsabilidade é técnica, contudo não é julgada por um técnico, mas sim por agentes políticos, os senadores. E estes políticos produzirão a sentença final simultaneamente sobre os dois fatos. 1) Se houve crime de responsabilidade e; 2) se a presidência não tem mais legitimidade para governar.
Nesta condição e ordem de procedimentos, se não é requerido alguém com técnica jurídica sobre o primeiro fato, o que predomina é a vontade política, não há compromisso com a legalidade. Portanto, não se trata de pré-requisito haver um crime de responsabilidade, mas apenas uma frágil formalidade, facilmente usurpável.
Por isso, o Direito de defesa fica completamente prejudicado, pois não se atém ao objeto da denúncia, mas a um inifinito e amplo espectro político. É quase que um processo Kafkaniano em que você não consegue se defender. Você se defende com A e o cara tá cagando pra sua defesa, dizendo que você tá errado por Z. Daí vai infinitamente.
Repare, que o impeachment na nossa constituição deveria ser um procedimento jurídico e político, mas da forma como está sendo orquestrado é um procedimento estritamente político. Mas e o STF nisso tudo, ele não participa desse julgamento? Ele não deveria barrar o impeachment se não houver crime de responsabilidade?
Sim, ele deveria agir em âmbito recursal, mas provavelmente não vai, principalmente em um momento de crise em todas as instituições. Você acha realmente que em uma bola dividida, em que seja obscura a linha entre crime de responsabilidade ou não, o STF vá interferir na vontade de outro poder? Se tiver a mínima cara de legalidade e a nação engolir, nada vai acontecer.
Para enfrentar esta situação o STF teria que estar disposto a aumentar as crises institucionais e isto não irá ocorrer. Além do mais, lembre-se o Presidente do STF estará lá, oficialmente passando o pano para todos os procedimentos que ocorrerão. Daí vem o papel simbólico do presidente do STF no impeachment: falar Amém.
Ao final do procedimento, após o presidente do STF ter emprestado a sua toga ao procedimento de impeachment, ele terá cumprido o seu papel sem efetivamente ter feito, nem protagonizado nada. Ele é o símbolo que emprestará a figura da ciência jurídica enquanto verdade e proferirá a sentença como Pôncio Pilatos. É essa a vontade política do povo? Então lavo as minhas mãos. A vontade do povo é a vontade de Deus. É uma forma de banhar um procedimento estritamente político de ouro, como se jurídico fosse.
Pessoal, semana que vem eu vou continuar falando do STF e vou demonstrar como eles tem vontade política. E estão desequilibrando a balança de fato. Vamos falar de vários episódios que aconteceram na prática. Falando de cada Ministro. E pra começar um esquenta desse assunto eu vou chamar o Igor Leone pra falar do Gilmar Mendes.

É isso aí, então assista agora  o Coisas Que Você Precisa Saber dessa semana, dá um like aqui no vídeo e não esquece de assinar o nosso Canal do Youtube, pois só assim você assistirá o programa da semana que vem. Meu nome é André Zanardo, me chamam de filho bastardo do príncipe. Nos vemos nos próximos Jogos de Poder.

Completando esse jogos do Poder #09





O Passo a Passo do Impeachment - Jogos de Poder #10



 articulação do impeachment remonta a um processo de desconstrução midiática da imagem da Dilma e do PT que foi sendo cultivado anos a fio. Isso você pode conferir neste Jogos de Poder. Contudo, houve determinado momento em que tudo se tornou mais concreto e, então, o golpe passou a ser articulado às claras, nas mãos de agentes certos e determinados.
O impeachment passou a ser orquestrado de fato nas mãos de Eduardo Cunha e Michel Temer. Boa parte em razão das investigações da Lava Jato, que começaram a circundar o mundo político.
[OUTUBRO DE 2015]
No dia 02 de outubro de 2015, Cunha era capa de jornais sob suspeita de controlar 4 contas na Suíça. Esta foi a caixa de pandora. O político estava acuado, com o risco de todos os seus esquemas virem à tona. Este momento foi crucial na construção do golpe.
Treze dias depois, no dia 15 de outubro, Cunha começou a tentar a negociar o impeachment de Dilma como forma de se resguardar politicamente contra as investigações em curso. Ele praticamente disse: se não fizermos uma força-tarefa para me proteger, abrirei o procedimento de impeachment e utilizarei todas as minhas forças para derrubar a presidência.
Cunha é conhecido articulador, com várias investigações abertas, mas com passe VIP em todos os corredores mais importantes do país. As suas táticas de manipulação vão desde a montagem de dossiês contra seus aliados e opositores até a manobra de atos regimentais da Câmara e, óbvio, o controle da pauta da Casa.
No dia 17, aquelas contas da Suíça foram verificadas. Era tudo verdade. Cunha tinha um grande problema na mão: o risco de isolamento político, que já começava a ocorrer. Na política, normalmente se rouba junto, mas quem roda, roda sozinho. Com ele não seria diferente, se ele não fosse "o Cunha".
[NOVEMBRO DE 2015]
Menos de um mês depois, no dia 26 de novembro, o STF prendeu o senador Delcídio do Amaral, conhecido delator e conhecedor de vários esquemas políticos. A República dos Ratos estava na mão de um "cara quente" que poderia "derrubar geral". Os esquemas políticos estavam sujeitos a uma investigação inquisitorial de Sérgio Moro, o qual poderia começar a destruir a carreira de diversos políticos, se estes não começassem a se mobilizar de verdade.
[DEZEMBRO DE 2015]
O curso do rio tomou uma velocidade maior no dia 1? de dezembro, quando Eduardo Cunha deu seu último aviso ao PT. Sem resposta positiva, acuado e precisando provar sua ameaça, dia 4 acatou o pedido de impeachment. E o que o STF, guardião da CF, fez neste momento? Nada. Simplesmente nada. O presidente da Câmara dos Deputados chantageou a presidente da República em busca de apoio político para se esquivar de um crime, e nada aconteceu. Mesmo com recursos, o impeachment foi aberto e o STF, por omissão, falou o seu primeiro AMÉM.
A mais alta Corte do país, entretanto, se predispôs a decidir um cronograma do Impeachment, a dar prazos e estabelecer um rito procedimental. Tudo estava indo muito bem; impeachment sendo preparado para ser votado na Câmara dos Deputados; Dilma indo para o buraco; e, quanto a Cunha, era apenas questão de tempo. Para a agenda anticorrupção, tudo estava indo dentro dos conformes: menos dois políticos no mundo. Já para os articuladores do impeachment, este era o momento de estrategicamente separar os amigos dos inimigos.
A cartada do Golpe estava sendo orquestrada em outro nível. Eduardo Cunha tentava manter a base do PMDB ao seu lado. Neste momento, Leonardo Picciani, seu aliado, líder do PMDB na Câmara, era essencial para isto, mas nos últimos tempos vinha fazendo uma ponta para o governo de Dilma. O clima dentro do PMDB era de instabilidade e racha. Cunha sofria um risco muito grande de ser traído por Piccianni, que estava demais envolvido com a base petista.
Foi assim que Eduardo Cunha combinou com Michel Temer a famosa carta para Dilma. Com este pequeno gesto, ele demonstrou que a guerra estava declarada e a cisão com o governo estava certa. Neste ponto, as ligações para os Deputados correram os gabinetes e Cunha e Temer precisavam saber quem estava de qual lado. A carta teve a função de determinar os polos para saber quem era aliado e quem era oposição.
Foi uma declaração clara de Guerra. A carta não era somente uma mensagem para Dilma, mas era uma mensagem implícita para os deputados: quem não está com Temer e Cunha está ao lado do inimigo. Nesse jogo político, Piccianni precisou escolher rapidamente de que lado estava, e, tal como líder do governo na Câmara, preferiu ficar ao lado do presidente do partido, Michel Temer, e ao lado do articulador maior, Eduardo Cunha, seu mestre.
Em dezembro, algumas tramitações sobre o impeachment ganhavam encaminhamento. Os ritos foram determinados, mas o jogo continuou em frente, sem um questionamento maior.
[JANEIRO DE 2016]
Brasil fechado para balanço.
[FEVEREIRO DE 2016]
Fevereiro começou quente com a notícia de que Lula estava sendo investigado por suposta venda de MPs. Este foi o estopim para uma caça a Lula e, logo, a associação indireta ao governo Dilma. Os jornais continuaram a publicar todas as pautas que incriminavam Lula, Dilma, Marqueteiros do PT ou aliados.
No dia 18 de fevereiro, o STF deu a fatídica decisão, de proporções monumentais, em absoluta discordância com a Constituição. Agora, para ser preso, basta uma condenação em segundo grau para ser preso, uma vez que não há mais necessidade de trânsito em julgado. Tudo isto, veja, "preparando a cama" para os políticos e empresários da Lava-Jato.
O recado do STF foi claro: sinalizou que não perdoaria ninguém e quem desafiasse a "Justiça" "tomaria ferro". Isto apavorou ainda mais os políticos, dado que nem o próprio Supremo já não mais se importava em violar a Constituição para satisfazer os anseios punitivos da população.
[MARÇO DE 2016]
5 de Março. A disputa para que Lula continue na pauta midiática ganha capítulo na Lava-Jato, pelas mãos do Juiz Sérgio Moro. A Polícia Federal, com ordens do juiz, cria um espetáculo e leva o ex-presidente para depor coercitivamente, mesmo que este tivesse afirmado que compareceria de forma espontânea.
Flashes e câmeras. Tudo foi tumultuado, houve muito barulho. A cada golpe tomado, Lula tentava aparentar cada vez mais forte.
Alguns dias depois, promotores de São Paulo denunciam Lula no caso Triplex do Guarujá e pedem a prisão do Ex-Presidente. A denúncia e o pedido de prisão do Ministério Público viraram chacota no cenário jurídico, visto a falta de impropriedade e técnica. O Judiciário e o MP estavam em polvorosa atrás de algo que "colasse". Lula continuava apanhando e Dilma sentia o efeito de rebote, por ter sua imagem associada ao ex-presidente.
Nesse meio tempo, Delcídio do Amaral, delator na Lava Jato, dizia que Dilma tentava se utilizar de Mercadante para sabotar a operação. A presidência, diante de uma grande crise política, resolveu fazer uma jogada dupla. A solução para melhorar a articulação na esfera política seria colocar Lula como ministro e, ao mesmo tempo, tirá-lo das mãos do juiz Sérgio Moro pelo foro privilegiado.
Dia 16 de Março. Dia histórico. Uma sucessão de eventos amplificou a crise e a conjuntura favorável ao impeachment. Pela manhã, Lula aceitou o convite de Dilma para ser o novo ministro-chefe da Casa Civil. À tarde, por volta das 13h45, Lula foi anunciado oficialmente, por meio de uma nota, que assumiria o cargo. Logo em seguida, a oposição anunciou que iria à Justiça contra a nomeação.
No começo da noite, antes de começar o Jornal Nacional, Moro derruba, ilegalmente, o sigilo de um grampo telefônico e divulga uma conversa entre Lula e Dilma. O resultado? Manifestações e panelaços imediatos em diversas cidades. A justificativa do juiz foi: "A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Muito política, nada jurídica.
Com essa jogada, um juiz saiu de sua esfera natural de poder para participar do game do impeachment. A estratégia de Lula e Dilma não teve seguimento, e os acontecimentos desse dia pioraram ainda mais a articulação política do governo. Lula sequer conseguiu assumir a Chefia da Casa Civil. Sérgio Moro, naquele momento, apenas tomou uma bronca do STF. Depois de seu ato, sumiu da mídia por um tempo - pelo jeito se arriscou demais, colocou a carreira em jogo e caiu na real.
Um detalhe: o áudio vazado ilegalmente, motivo de Jornal Nacional especial, com direito a teatro do apresentador William Bonner, foi anulado no começo de junho pelo Ministro Teori Zavascki do STF, o qual considerou a escuta como ilegal, por não haver ordem judicial vigente no momento.
Apesar de anulado, esse áudio foi decisivo para assegurar a opinião pública majoritária de que o impeachment era a melhor saída para o Brasil. Tudo ficou mais fácil para os caminhos do impeachment.
Entretanto, é curioso que, neste mês de Junho, o Ministro Teori, o mesmo que deu uma bronca em Moro por ter sido parcial e violado a sua função de juiz, mandou novamente o acusado Lula para ser julgado pelo Juiz carrasco que montou todo o circo midiático. Convenhamos: Moro é, no mínimo, suspeito para julgar o Lula. Não há imparcialidade alguma em sua justiça.
[ABRIL DE 2016]
A segunda metade do mês de março, até a metade de abril, foram marcadas por disputas de mídia, cálculos de quem votaria a favor e contra o impeachment e inúmeras pesquisas de opinião apresentando porcentagens da população sendo favoráveis ao impedimento da presidente. Manifestações de rua enormes e muita expectativa.
Enquanto isto, no dia 17 de Abril, Dilma perdia no STF seu recurso contra a abertura do Impeachment. Dessa vez, o STF dizia seu segundo AMÉM. Desta vez, sacramentava sua posição até com ironias, feitas pelo próprio ministro da Corte Gilmar Mendes, que disse: "Ah, eles podem recorrer para o céu, ao papa, ao diabo". O Impeachment seria votado na Câmara nos próximos dias.
Dia 18 de Abril. O Impeachment é votado em uma solenidade patética - aposto que todos se lembram desse dia. Foi marcante, pois, nos dias que seguiram, até quem era favorável ao impeachment ficou assustado com os argumentos e com a postura dos Deputados. De alguma forma, as pessoas tomaram um primeiro choque de realidade nesse episódio.
Depois disso, o governo Dilma ampliou sua ofensiva através da mídia internacional. Não havia chance alguma ao governo dentro do discurso hegemônico - oposicionista - da mídia brasileira.
A tese do golpe tomou projeção internacional e contou com a defesa de diversos intelectuais, o que acabou por garantir o peso necessário para Dilma continuar lutando. A mídia nacional ficou levemente acuada e tentou abafar por um tempo a projeção negativa que acontecia lá fora. Não adiantou. Dilma já estava falando sobre isto, mesmo que discretamente, na ONU.
[MAIO DE 2016]
3 de maio. Michel Temer perde o prazo para recorrer da condenação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por doação irregular de campanha e está inelegível para as eleições de 2018. Torna-se um personagem que não possui compromisso nem com o voto não conquistado, nem com as próximas eleições, as quais não poderá se eleger. Este é um homem desimpedido para qualquer arbitrariedade política.
6 de Maio. Eduardo Cunha é afastado da Presidência da Câmara dos Deputados por unanimidade no STF. Apesar da decisão, a Corte demorou meses para tomá-la, em contraponto às decisões instantâneas anti-Governo. O balanço entre ação e inação do STF contribuiu diretamente para o golpe.
Afastado, agora Eduardo Cunha poderia contar apenas com a sua influência de bastidores, dossiês, ameaças e Michel Temer. Para ele, apesar de mais acuado, o jogo continua com as escolhas dos Ministérios de Temer e com pressões para a próxima votação no Senado.
No dia 12 de maio, o impeachment no Senado foi votado e, Dilma, afastada por até 180 dias. Por 55 votos a 22, o processo foi aberto com maioria simples, ou seja, mais da metade dos senadores votaram pelo afastamneto da presidente.
13 de Maio. Temer assume e é Presidente interino do Brasil. Ele fala em governo de salvação nacional, convoca um Ministério completamente masculino, extingue ministérios importantes nas áreas sociais e formaliza um casamento com o PSDB, entregando pastas importantes em nome da governabilidade.
31 de Maio. Temer já havia perdido 2 ministros em 19 dias de governo. Seu governo estava em cheque, e, o argumento de que havia um golpe, mais forte do que nunca. A guerra da comunicação é cotidiana: as redes sociais tentam equilibrar e resistir ao discurso hegemônico da mídia. A hashtag #ForaTemeré o novo bom dia.
[JUNHO de 2016]
8 de Junho. Vaza pedido de prisão feito pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, em que pede ao STF a prisão de Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Romero Jucá e José Sarney. O STF está com uma bomba em suas mãos. Gilmar Mendes diz que esse vazamento é uma forma de pressionar o Supremo. Todos os players estão acuados, a República está armada; Executivo, Legislativo e Judiciário em conflito.
12 de Junho. Após um mês de gestão interina, Michel Temer faz um balanço:"É uma Guerra". O presidente interino já não consegue disfarçar mais sua calma. Sob pressão de amigos e inimigos, trocou o seu estilo reservado e paciente por desabafos constantes e manifestações de irritação.
Será que Temer conseguirá se sustentar e fazer passar o impeachment da Presidente Dilma? Na votação do Senado, não se requere a maioria simples, mas dois terços da Casa. Ou seja, para virar o jogo é preciso que Dilma consiga reverter apenas dois votos. O jogo de bastidores continua sendo jogado. Todos acuados, armados até os dentes e com o placar completamente indefinido.

Teoria dos Jogos e Delação Premiada -
Jogos de Poder #11





A Tendência Progressista na Cultura Pop - Jogos de Poder #12 

Excelentíssimos, tá todo mundo desesperado com Donald Trump, Escola Sem Partido, Michel Temer, eu sei, mas o Jogos de Poder de hoje vai ser a coisa mais gostosa que você vai ver essa semana. Você vai ver Game of Thrones, Orange is the New Black, Mr.Robot, Beyoncé, o Papa Pop e uma porradeira de outras reflexões. Como uma injeção de esperança, vamos falar de como o discurso progressista é uma tendência na Indústria Cultural e isso está deixando os reaças inconformados.


FILMES QUE PASSARAM NO TESTE DE BECHDEL:
(https://filmow.com/listas/longas-e-microsseries-que-passam-bem-no-teste-de-bechdel-l13214/)

O Lado Certo da História - Jogos de Poder #13



Pesquisando sobre André Zanardo / Justificando e ONG Advogados Ativistas

Quem são os ‘Advogados Ativistas’, grupo que defende os manifestantes

Postado em 12 Aug 2013
por : 
“Não fazemos parte de quadrilha”, disse André Zanardo para o Diário.
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André Zanardo tem 25 anos e é advogado. Exerce sua atividade de maneira remunerada para clientes mas também atua solidariamente nas manifestações. Não raramente tem virado madrugadas dentro de delegacias advogando em prol de manifestantes detidos.
André faz parte dos Advogados Ativistas, grupo cuja página na internet se dedica a esclarecer pontos jurídicos dos protestos. Lá é possível, por exemplo, baixar o Manual Prático do Manifestante, que faz considerações e até instrui sobre direitos de cidadãos, como agir em uma Delegacia de Polícia quando preso, como reagir (ou não) à uma abordagem policial etc. Em um dos muitos posts bem humorados, o AA resolveu ainda fazer “um modelinho, praquele jornalista esperto que gosta de fazer a sua matéria ‘PÓS MANIFESTAÇÃO COM VANDALISMO’”.
A respeito de vandalismo, o grupo não defende nem incrimina os polêmicos black blocs. “Goste-se ou não desses grupos, eles existem e devemos entendê-los.” Contudo, procura esclarecer antes de mais nada: “A mídia tem propagado que os black blocs são grupos anárquicos, cujo único objetivo seria a destruição e a violência. Anarquia se opõe a todo tipo de autoridade, mas a ideologia é muito mais complexa do que isso (…) O modo como uma pessoa se comporta é um produto das instituições onde ela cresceu, foi educada e da qual faz parte. As relações sociais estabelecidas nessas instituições é que moldam os indivíduos.”
A um questionamento de um internauta acerca da possibilidade de ser enquadrado em formação de quadrilha por ter aderido a um evento em comunidade black bloc, os Advogados Ativistas respondem objetivamente: “Concluímos que NÃO é possível alegar que você faça parte de uma quadrilha. Nós dizemos isto com base nas páginas black block que conhecemos, pois ainda não nos deparamos com nenhum grupo que estruture um conjunto probatório que configure formação de quadrilha. Mas veja bem, cuidado com o que você posta e faz na rede, porque isso aqui também é mundo real, e fica tudo armazenado, de modo que qualquer prova é facilmente colhida.”
E acrescentam: “É importante o ALERTA à todas as comunidades com temas black block: não organizem (na rede), em hipótese alguma, ações diretas que possam de alguma forma violar a lei, mesmo que simbólicas. Isto pode complicá-los. É de extrema relevância mencionar também que se os black blocks se estruturarem através das redes sociais e começarem a cometer crimes reiteradamente, mesmo que sob o argumento de Desobediência Civil, isto ainda É ILEGAL.”
Desobediência civil é assunto caro ao AA e as ocupações atuais são um exemplo didático. Hoje temos a Ocupação Fora Cabral, a Ocupação da Câmara Municipal do Rio (interna e externamente), a Ocupação da Aldeia Maracanã, a Ocupação da Câmara Municipal de Niterói e a Ocupação Fora Alckmin, apenas para citar as mais em evidência, sendo que para o dia 17 de agosto está agendada a Ocupa Renan com a instalação de um acampamento em frente a casa de Renan Calheiros, em Brasília, exigindo sua renúncia.
É permitido então ocupar o espaço público?
“Não é legal nem ilegal. Ainda não há jurisprudência formada sobre o tema. De toda a forma, tem-se um direito maior, que é o da manifestação popular, de sentido simbólico. Caracteriza ‘desobediência civil’ e há a possibilidade de ser constatada a ilegalidade do ato. Contudo, num momento como o atual, não vale a pena para o Poder Judiciário declarar sua ilegalidade pois a força política do ato é maior. Isso é um aspecto do direito constitucional”, diz Zanardo.
“Ela se fundamenta no princípio da democracia e na participação popular. Na medida em que da esfera pública estão excluídas parcelas da sociedade, a desobediência civil assume uma característica de obrigação, constituindo-se numa válvula de escape diante da insuficiência dos procedimentos previstos pela ordem vigente. A desobediência civil é mecanismo legítimo de atuação, sendo ato político, expressão da cidadania; é ato coletivo, resultado do exercício da soberania popular; é pública, para que possa se inserir na esfera pública e possa corrigir uma injustiça ou até mesmo evitá-la.”
André Zanardo está acompanhando os movimentos sociais há tempos. Engajado, viveu o Ocupa Sampa de 2011. Um acampamento gigante sob o viaduto do Chá, pautado pela auto-gestão e pela horizontalidade, que no seu auge teve mais de cem barracas e cerca de 350 pessoas, onde já era possível detectar a pluralidade de causas. Educação, meio-ambiente, saúde, segurança. Já havia o passe livre na pauta.
Cartazes contra a corrupção, contra a usina de Belo Monte e os grandes veículos de imprensa eram vistos. Muitos usavam a máscara do “V de Vingança” desenhada em papel. Já havia morador de Higienópolis, anarquista, sem teto. Não era obra de um punhado de militantes de uma organização, mas a expressão de uma insatisfação generalizada de pessoas de todas as tendências políticas. Aquele caldo que ferveu só neste 2013 e que agora pode contar com o apoio de advogados como André.
Advogados Anarquistas, graças a deus.

Quer participar dos Advogados Ativistas? Não leia a Veja

Em sua página no Facebook, coletivo respondeu com ironia a perguntas feitas pela revista
Por Redação
ninja
O coletivo Advogados Ativistas, que presta assistência jurídica durante as manifestações de rua em São Paulo, foi procurado pela Veja para uma entrevista. Por considerarem que o veículo tem a má intenção de “desinformar, mentir e difamar aqueles que realizam trabalhos relevantes”, seus integrantes resolveram não colaborar com a matéria.
Como os jornalistas da revista afirmaram que a reportagem seria publicada de qualquer maneira, os Advogados Ativistas decidiram se manifestar publicamente e divulgaram, nesta sexta-feira (14), as respostas em sua página no Facebook.
Abaixo, segue a entrevista:
Veja: Como surgiram os Advogados Ativistas?
Advogados Ativistas: Advogados Ativistas sempre existiram, apenas uma parte deles se uniu.
Veja: Há lideranças?
AA: Não.
Veja: Quais são as causas mais emblemáticas pelas quais o movimento já lutou desde junho de 2013?
AA: Principalmente a defesa da Democracia e da Constituição, as quais vêm sendo incessantemente violadas.
Veja: Quais são suas bandeiras?
AA: Não carregamos bandeiras.
Veja: O que é necessário fazer para participar?
AA: Não ser leitor da Veja é um bom começo.
Veja: Hoje há quantos advogados ativistas?
AA: O suficiente.
Veja: Os senhores atuam apenas em São Paulo ou em outras cidades brasileiras? Se sim, em quais?
AA: Através da internet somos capazes de levar informação para qualquer lugar.
Veja: Em redes sociais do grupo há publicações, como fotos de protestos em cidades como o Rio de Janeiro. Vocês viajam para atuar em causas fora da cidade?
AA: Advogados Ativistas possuem amigos em muitos lugares. Se for preciso viajar, viajaremos.
Veja: Como vocês se mantém?
AA: Somos advogados, ora.
Veja: Quanto tempo do dia se dedicam ao ativismo?
AA: Não o quanto gostaríamos, mas quando o fazemos a dedicação é total.
Veja: Pode definir o conceito de advocacia “pro bono”?
AA: É a advocacia gratuita para o bem do povo. Bastava jogar no Google, essa foi fácil. 
Veja: Quais os obstáculos que enfrentam para garantir o direito de ampla defesa dos manifestantes?
AA: A Veja, por exemplo, é um dos obstáculos, pois criminaliza qualquer forma de pensamento diferente do seu.
Veja: Os senhores declararam que sofreram intimidação na OAB-SP no último protesto em São Paulo, de que forma isso aconteceu?
AA: Sofremos intimidação de um grupo inexpressivo, o qual falou indevidamente em nome da classe. Como explicado pelo Presidente da Ordem, a atitude destes não reflete o pensamento da entidade. Assunto superado.
Veja: Advogados ativistas já deram declarações de que a OAB-SP não está cooperando com o trabalho de vocês e se portando de maneira governista. Como é a relação entre os senhores e a entidade? Os senhores publicaram um artigo afirmando que a entidade criminaliza a ação de vocês. De que maneira isso acontece?
AA: A política de relação com outros grupos ou entidades é discutida internamente. No entanto, informamos que o Presidente da OAB/SP, em conjunto com o Presidente da Comissão de Prerrogativas, apresentaram nota pública em defesa de nosso trabalho, disponibilizando, inclusive, amparo emergencial caso cada um de nós tivesse seu ofício prejudicado.
Veja: Os senhores já receberam honorário de algum cliente que atenderam nas manifestações?
AA: Não visamos lucro algum, mas podemos começar a receber quando a Veja informar quem paga a tal “Bolsa Manifestação”.
Veja: Quais são as principais orientações do Manual do Manifestante? Por quais mudanças ele já passou desde a primeira versão?
AA: O Manual está disponível na página do Advogados Ativistas e é de fácil compreensão. Recomendamos a leitura.
Veja: Os senhores declararam que já sofreram ameaças de morte. Pode descrever em quais situações e como essas ameaças se deram?
AA: A investigação está em andamento. É um trabalho para a polícia.
Veja: Os senhores foram apontados como advogados de Humberto Caporalli e Fabricio Proteus, apontados pela policia como adeptos à tática black bloc. Qual a posição dos senhores sobre os black blocs?
AA: Não generalizamos estereótipos e tão pouco criamos inimigos fictícios, isso é trabalho da Veja.
Veja: Na confusão das manifestações e porta de delegacias, é possível distinguir os manifestantes adeptos e não adeptos da tática black blocs?
AA: Não entendemos no que se aplica ao grupo esta pergunta.
Veja: Os senhores prezam pelo direito de se manifestar e defendem todos sem restrições?
AA: Ao contrário do que algumas pessoas (e a Veja) pregam, de acordo com a Constituição todos têm Direito a Defesa. Veja só que coisa (com o perdão do trocadilho).
Veja: Já se recusaram a defender algum manifestante?
AA: Nunca, inclusive se algum repórter da Veja for preso em alguma manifestação pode nos contatar que iremos defende-lo, já que o direito de defesa é para todos, mesmo que este veículo propague o contrário.
*Foto: Mídia Ninja



Advogados Ativistas garantem defesa jurídica a manifestantes
Leonardo Blecher - Atualizado em 30 de janeiro de 2014 às 12:36


Desde junho de 2013, as delegacias brasileiras têm recebido centenas de pessoas detidas ao participarem de protestos. Para defender juridicamente estes manifestantes, chamados por movimentos sociais de presos políticos, foi criado o coletivoAdvogados Ativistas.
O grupo iniciou suas atividades no dia 12 de junho, após uma manifestação contra o aumento do preço do transporte público em São Paulo terminar com 11 detidos. Desde então, muitos protestos aconteceram e os advogados defenderam cerca de 350 pessoas acusadas de crimes como desacato à autoridade, desobediência, dano e até formação de quadrilha.
“Estamos nas ruas pelos direitos de quem quer se manifestar, o que tem sido muito difícil ultimamente diante da liberdade excessiva que é dada à polícia para reprimir os cidadãos”, afirma o coletivo em nota à imprensa.
O advogado civil Luiz Guilherme Ferreira, um dos membros dos Advogados Ativistas, acredita que os detidos em manifestações são mesmo presos políticos. “A partir do momento em que você sai para se manifestar e é preso sob falsas acusações, o Estado está usando seu poder para incriminá-lo.”
Confira uma entrevista com o advogado ativista Luiz Guilherme Ferreira:
Como é a relação de vocês com a polícia?
Na rua, a relação com a Polícia Militar é péssima, a pior que pode existir. Eles tentam intimidar a gente. Não é porque a gente está de terno e gravata que eles vão nos tratar diferente. É a mesma truculência que é dada aos manifestantes. Já batemos boca com diversos na rua. Teve o caso do protesto no Instituto Royal, em que um dos nossos advogados levou um tiro de borracha. Coisas infelizmente normais.
Com a Polícia Civil, na delegacia, os ânimos estão mais calmos e a relação no geral é tranquila.
Vocês estão recebendo apoio de alguma entidade de advogados?
Desde o início a gente tentou apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), de outros coletivos de advogados, e nada deu certo. A gente recebeu suporte da Comissão de Prerrogativas da OAB, mas só desse setor.
Com que casos vocês têm de lidar?
Os casos mais complicados são os de quem permanece preso, porque a grande maioria dos manifestantes é solta no mesmo dia. Mas alguns são enquadrados em formação de quadrilha. Nós ajudamos essas pessoas juridicamente.
Mas mesmo depois que os manifestantes são soltos, os processos seguem. Até quem só foi à delegacia e saiu está sendo chamado para investigação.
A Polícia Civil tem prerrogativa legal para chamar as pessoas para investigação?
Legalmente, sim. Mas parte de um pressuposto bizarro. Eles não estão querendo identificar quem quebrou o que, mas querem estabelecer um elo de ligação para justificar uma formação de quadrilha.
Eles não conseguem entender um grupo de pessoas agindo individualmente, acham que tem alguém financiando.

Ameaças

Os Advogados Ativistas afirmam ter sido ameaçados para deixar a defesa de Fabrício Proteus Chaves, manifestante baleado pela PM em São Paulo, no último sábado. Eles convocaram uma coletiva de imprensa para comunicar o ocorrido.
"A gente já sofreu ameaças antes, mas sempre nas ruas, no calor do momento", afirma Luiz Guilherme Ferreira. "Mas dessa vez sentimos que era sério, a gente não vai poder ficar quieto."
A família de Fabrício, que tinha escolhido os Advogados Ativistas para defendê-lo juridicamente, decidiu que não os queria mais no caso, sem dar maiores explicações.

Advogado ativista leva tiro de borracha e acaba detido em protesto por animais em São Roque

André Zanardo foi pedir nome dos policiais militares e recebeu voz de prisão


O advogado André Zanardo, da ONG Advogados Ativistas, foi detido neste sábado (19) após levar um tiro de bala de borracha durante o protesto em defesa dos animais que terminou em confronto com a PM e vandalismo, em São Roque — a 59 km da capital paulista. Outras sete pessoas também foram levadas à delegacia.
Segundo a ONG, Zanardo e colegas negociavam a tranquilidade da manifestação quando a PM começou a jogar bombas de gás lacrimogêneo e dar tiros com balas de borracha. Ao todo, seis pessoas ficaram feridas no protesto.
Zanardo foi perguntar ao capitão da PM os nomes dos policiais que estavam com armas com munição de borracha. No exercício da profissão, o advogado recebeu voz de prisão, “sem fundamento legal”, de acordo a organização. Também não teria sido garantido a ele o direito a um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
O advogado foi liberado após prestar depoimento. Em seguida, ele registrou um boletim de ocorrência contra os policiais militares. De acordo com a ONG, os PMs “incorreram em abuso de autoridade, lesão corporal, e denunciação caluniosa”. Na delegacia, um capitão e um tenente disseram que o advogado jogou pedras nele, o que segundo a organização “é uma absurda mentira”. Os defensores também vão atuar na defesa dos que eventualmente forem indiciados por algum crime.
O protesto que terminou em confronto teve três carros apedrejados e incendiados — uma viatura da PM e dois de uma emissora afiliada à Rede Globo. Cerca de 200 pessoas foram até as proximidades do Instituto Royal, no km 56 da rodovia Raposo Tavares. Uma ordem judicial impedia que o grupo se aproximasse da empresa e a PM foi chamada para garantir a determinação.
Cerca de 200 cães da raça beagle usados para testes farmacêuticos foram resgatados por defensores dos animais, na noite de quinta-feira (17), de dentro do Instituto Royal. A Polícia Civil investiga o furto dos cachorros, além de averiguar se eles sofriam maus-tratos no instituto. O advogado Daniel Antônio de Souza Silva, que defende a empresa, negou as acusações de possíveis atividades de crueldade com animais em testes de produtos farmacêuticos realizados pela empresa.
R7 pediu à Polícia Militar esclarecimentos sobre a detenção de André Zanardo. Até as 17h30, a reportagem não havia recebido resposta da corporação.



O "Coisas" dessa semana é um especial sobre o Judiciário!

Roteiro: Brenno Tardelli e Igor Leone.

Agradecimentos: Silvio Almeida e Felipe Freitas.

Como ele se tornou um monstro indomável, quais são as garantias e auxílios dos juízes, quem é o juiz brasileiro, porque nosso Judiciário é racista, como funciona a perseguição de juízes progressistas. Tudo isso e muito mais, batido no liquidificador, especialmente pra vocês :) 




Imagine se disséssemos para você que juízes com pensamento crítico são constantemente perseguidos dentro da magistratura? E se o oposto também fosse verdade, isto é, juízes reacionários são privilegiados?

Pois o Justificando Entrevista dessa semana recebe o Presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), André Kehdi, para explicar o caso de Roberto Corcioli, um juiz jovem, crítico e sério, mas que não consegue exercer a profissão em varas que julgam casos criminais.

A saga de Corcioli nas entranhas da justiça foi parar no Supremo Tribunal Federal e completou dois anos de uma liminar concedida por Ricardo Lewandowski, torna regra juízes condenadores, enquanto profissionais contestadores da lógica dominante não consigam trabalhar em um lugar determinado em paz.

Após a liminar, o mandado de segurança (MS 33078) que discute a estrutura do Poder Judiciário está nas mãos da ministra Rosa Weber há um ano e meio.

Corcioli é um caso emblemático que representa tantos outros juízes e juízas progressistas que vem enfrentando cotidianamente o desgaste na própria estrutura da carreira.

Veja a entrevista completa:





Especial: É tudo um assunto só!

Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, proprina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado,  o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...




A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?


Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?

A revolução será digitalizada (Sobre o Panamá Papers)

O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*

As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.

Desastre na Barragem Bento Rodrigues <=> Privatização da Vale do Rio Doce <=> Exploração do Nióbio

Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!

Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins 

Meias verdades (Democratização da mídia)

Spotniks, o caso Equador e a história de Rafael Correa.

O caso grego: O fogo grego moderno que pode nos dar esperanças contra a ilegítima, odiosa, ilegal, inconstitucional e insustentável classe financeira.


Uma visão liberal sobre as grandes manifestações pelo país. (Os Oligopólios cartelizados)


Depoimento do Lula: "Nunca antes nesse país..." (O país da piada pronta)
(Relata "A Privataria Tucana", a Delação Premiada de Delcidio do Amaral e o depoimento coercitivo do Lula para a Polícia Federal)


Seminário Nacional - Não queremos nada radical: somente o que está na constituição.

Seminário de Pauta 2015 da CSB - É tudo um assunto só...

UniMérito - Assembleia Nacional Constituinte Popular e Ética - O Quarto Sistema do Mérito 

Jogos de poder - Tutorial montado pelo Justificando, os ex-Advogados Ativistas
MCC : Movimento Cidadão Comum - Cañotus - IAS: Instituto Aaron Swartz


As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar

As aventuras de uma premiada brasileira! (Episódio 2016: Contra o veto da Dilma!)

A mídia é o 4° ou o 1° poder da república? (Caso Panair, CPI Times-Life)

O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado

Quem inventou o Brasil: Livro/Projeto de Franklin Martins (O ex-guerrilheiro ouve música)

Luiz Flávio Gomes e sua "Cleptocracia"

Comentários políticos com Bob Fernandes.

Ricardo Boechat - Talvez seja ele o 14 que eu estou procurando...



PPPPPPPPP - Parceria Público/Privada entre Pilantras Poderosos para a Pilhagem do Patrimônio Público

Sugestão inovadora, revolucionária, original e milagrosa para melhorar a trágica carga tributária brasileira.

Pedaladas Fiscais - O que são? Onde elas vivem? Vão provocar o impeachment da Dilma?

Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!

InterVozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social

Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez

Resposta ao "Em defesa do PT"

Melhores imagens do dia "Feliz sem Globo" (#felizsemglobo)



Desastre em Mariana/MG - Diferenças na narrativa.

Quanto Vale a vida?!


Questões de opinião:
Questão de opinião: Maioridade penal a partir de 16 anos: seria uma boa?
Questão de Opinião: Financiamento de campanha: Público X Privado X Empresarial.
Questão de opinião: Terceirização - Temos que garantir os direitos deles ou dela? (PL 4330) (PCL 30/2015)

Eduardo Cunha - Como o Brasil chegou a esse ponto?




Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:

O Brasil Mudou. A Mídia não!

Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?

Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.

Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):

Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.

Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.

Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.

Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países?

Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"... 

Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos

Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil

Acompanhando o Caso HSBC IX  - A CPI sangra de morte e está agonizando...

Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção.

Acompanhando o Caso HSBC XI - Vomitasso!! Como foi... Como deveria ter sido....




Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):

Acompanhando a Operação Zelotes!

Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.

Acompanhando a Operação Zelotes III - Aberto a CPI do CARF - Vamos acompanhar!! 

Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.

Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?

Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.

Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...

Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...

Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?

Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...

Acompanhando a Operação Zelotes XI (CPI do CARF): Tarólogo bocudo dá corpo à versão da Veja.

Acompanhando a Operação Zelotes XII (CPI do CARF): Nem tudo é igual quando se pensa em como tudo deveria ser...

Acompanhando a Operação Zelotes XIII (CPI do CARF): APS fica calado. Meigan Sack fala um pouquinho. O Estadão está um passo a frente da comissão? 

Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão!

Acompanhando a Operação Zelotes XV (CPI do CARF): Juliano? Que Juliano que é esse? E esse Tio?

Acompanhando a Operação Zelotes XVI (CPI do CARF): Senhoras e senhores, Que comece o espetáculo!! ("Operação filhos de Odin")

Acompanhando a Operação Zelotes XVII (CPI do CARF): Trechos interessantes dos documentos sigilosos e vazados.

Acompanhando a Operação Zelotes XVIII (CPI do CARF): Esboço do relatório final - Ainda terão mais sugestões...

Acompanhando a Operação Zelotes XIX (CPI do CARF II): Melancólico fim da CPI do CARF. Início da CPI do CARF II

Acompanhando a Operação Zelotes XX (CPI do CARF II):Vamos poupar nossos empregos

Acompanhando a Operação Zelotes XXI (CPI do CARF II): Entrando no mérito da questão: Ágio Interno.
Acompanhando a Operação Zelotes XXII (CPI do CARF II): Só ladrões de galinhas...
Acompanhando a Operação Zelotes XXIII (CPI do CARF II): Quem faz/fez contabilidade criativa no Brasil?!

Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:

KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K

A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!

Revolução no futebol brasileiro? O Fim da era Ricardo Teixeira. 

Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just ) 

Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo


Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...

Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!

Acompanhando a CPI do Futebol III - Está escancarado: É tudo um assunto só!

Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?!

Acompanhando a CPI do Futebol V - Andrew Jennings implora: "Dont give up"! (Não desistam)!
Acompanhando a CPI do Futebol VI - O Romário é centro-avante ou um juiz?! 

Acompanhando a CPI do Futebol VII - Uma questão de opinião: Ligas ou federações?!

Acompanhando a CPI do Futebol VIII - Eurico Miranda declara: "A modernização e a profissionalização é algo terrível"!

Acompanhando a CPI do Futebol IX - Os presidentes de federações fazem sua defesa em meio ao nascimento da Liga...

Acompanhando a CPI do Futebol X - A primeira Liga começa hoje... um natimorto...

Acompanhando a CPI do Futebol XI - Os Panamá Papers - Os dribles do Romário - CPI II na Câmara. Vai que dá Zebra...

Acompanhando a CPI do Futebol XII - Uma visão liberal sobre a CBF!

Acompanhando a CPI do Futebol XIII - O J. Awilla está doido! (Santa inocência!)



Acompanhando o Governo Michel Temer

Acompanhando o Governo Michel Temer I


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